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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Fé em Deus e pé na tábua!

O sociólogo Roberto DaMatta reflete sobre o perigo de se transitar nas ruas, avenidas e rodovias brasileiras nas páginas de "Fé em Deus e Pé na Tábua" (Rocco, 2010), escrito em parceria com João Gualberto Moreira Vasconcellos e Ricardo Pandolfi.

Foto: João Brito/FolhaPress

Para antropólogo, ruas foram dominadas por veículos e pedestres correm constante risco de morte ao transitar

Para os autores, há uma inversão dos valores democráticos no trânsito e quem domina a situação é a minoria motorizada em detrimento da maioria pedestre. Essa hierarquia invertida faz com que os motoristas se sintam empoderados e assumam comportamentos impensados, ditatoriais e desrespeitosos à lei.

"A minoria forte e protegida, explosivamente embrutecida por seus motores (e, muitas vezes, por seus revólveres e suas barras de ferro), torna-se opressora da maioria que, tentando seguir para o trabalho, para a escola ou simplesmente ir para casa, vê-se forçada a tentar sobreviver."

"Do mesmo modo que um governo tem o poder de nos massacrar com o que lhe der na telha (impostos, política externa voltada para confraternizar com ditadores, descaso pelas regras mais comezinhas do bom-senso), nós - dentro de um veículo - viramos nazifascistas. Nos transformamos em hierarcas superiores em um espaço marcado pela igualdade. Admoestamos e damos lições brutais aos que ousam desobedecer ou desafiar o fato estabelecido de a rua ser dos carros."

O volume analisa o motivo das pessoas se sobreporem com tanta facilidade às leis de trânsito e os fatores que levam os brasileiros atrás do volante a surtar violentamente.

Também é estudada a distribuição de automóveis, ônibus, motocicletas e bicicletas no espaço público e como eles se relacionam uns com os outros. Uma das principais ideias sustentadas é de que o carro funciona como uma extensão do corpo do próprio motorista.

Entre as soluções para o caos do asfalto, os cientistas sociais propõem novas formas de pensar a educação para o trânsito, que precisa levar em consideração a realidade caótica brasileira. Eles sugerem abordagens que podem mudar o comportamento dos motoristas ao longo do tempo.

Daqui: Bol Notícias
Crtl+C, Ctrl+V: Ciclogânico

7 comentários:

MBarreto disse...

Legal! Parece interessante o livro. Chegaste a ler? Fico aflita só de pensar...Realmente o trânsito no Brasil assumiu uma forma de violência incrível, que dá até medo! abração!

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

É mesmo complicado caminhar pelas ruas. Como se não bastasse o medo de ser assaltado, sequestrado ou sofrer algum outro tipo de agressão ainda há o medo de algum maluco me atropelar. E o pior é que não se prevê tanta segurança para o pedestre e o ciclista nas vias urbanas portoalegrenses com calçadas estreitas e esburacadas (quem ja torceu um pé e rompeu ou estirou algum ligamento sabe bem disso) e uma omissão absoluta quanto às ciclovias e ciclofaixas. Eu mesmo acabei desmontando a minha bicicleta para fazer umas manutenções e acabei nem remontando ainda (mas pretendo fazer isso ano que vem nem que seja para usar uma vez por semana aos domingos na Redenção, pois me parece mais assustador pedalar pelas ruas portoalegrenses que andar a pé).

Manouchk disse...

É a ditadura dos carros.

Os ciclistas são como oponentes durante o regime militar! Oprimidos?

A diferença é que niguem está obrigado a seguir nessa linha. Só precisar mudar um paradigma! O carro não é obrigatoriamente necessário...

Só não tem infraestrutura para bicileta.

Quando morei na Hollanda, fiquei seis mês estagiando na Philips, em Eindhovem. Precisava de 4à minutos de bicicleta para chegar no trabalho. Eu foi de bicicleta todos os dias.

Foi maravilhoso. Parei de usar roller para ir na faculdade (na França) e comecei a passar na bicicleta...

Manouchk disse...

Encomendei o livro agora, o estudo foi feito na minha querida Grande Vitória!!

Olavo Ludwig disse...

Eu ainda não li o livro, mas sempre acho um pouco exagerada esta posição.
Que existe risco exite, mas mesmo assim, ainda é possível andar de bicicleta nas ruas de Porto Alegre, e sentir prazer nisso.
Não se deve pegar a bicicleta de um dia para o outro e decidir paricipar do trânsito, assim o risco é bem maior, mas com um pequeno treinamento, e utilizando as dicas que já postei aqui de como se comportar no trânsito é possível se deslocar com uma boa segurança.
http://olavolu.blogspot.com/2010/08/pedalando-com-seguranca.html

Manouchk disse...

As vezes eu exagero um pouco!! Tenho muito prazer me deslocando de bicicleta! No entanto, num trecho de 200 metros que percorro no meu comute morria 2 ciclistas por ano. Fizeram 200 metros de ciclovias...
Vou ser um pouco exagerado, a partir de quantos mortos por anos se deve construir uma ciclovia?
Na verdade o maior problema em Vitória e a velocidade. Nunca teve cobrança. Você pode andar o ano inteiro até 120km/h nunca vai ser fiscalizado. Aqui o sentimento de que o carrão é o dono da rua é muito forte. Nunca tinha tido essa impressão quando morei no Rio! No meio desse ambiente o ciclista é muito frágil.

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Pode ser que eu seja meio paranóico quanto à segurança, mas se eu não me sentir seguro por não poder usar a bicicleta numa calçada se vier um caminhão na rua eu deixo a bicicleta em casa. Já passou do tempo de ter ciclovias e ciclofaixas (poderiam até ser delimitadas com alguma cerca viva para reduzir as chances de "espertinhos" irem se enfiando de carro) em Porto Alegre.

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