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terça-feira, 26 de abril de 2011

Energia solar pode ser possível sem células solares

Bateria óptica

Um dramático e surpreendente efeito magnético da luz pode gerar energia solar sem as tradicionais células solares fotovoltaicas.

Os pesquisadores descobriram uma maneira de construir uma "bateria óptica".

"Você pode olhar para as equações de movimento durante todo o dia e você não vai ver essa possibilidade. Todos aprendemos na escola que isso não acontece," conta Stephen Rand, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

"É uma interação muito estranha. É por isso que ela passou batida por mais de 100 anos," diz ele.

Magnetismo da luz

A luz tem componentes elétricos e magnéticos. Até agora, os cientistas acreditavam que os efeitos do campo magnético da luz eram tão fracos que eles poderiam ser ignorados.

O que Rand e seus colegas descobriram é que, na intensidade certa, quando a luz viaja através de um material que não conduz eletricidade, o campo de luz pode gerar efeitos magnéticos que são 100 milhões de vezes mais fortes do que o anteriormente esperado.

Nestas circunstâncias, os efeitos magnéticos da luz apresentam uma intensidade equivalente à de um forte efeito elétrico.

"Isso pode permitir a construção de um novo tipo de célula solar sem semicondutores e sem absorção para produzir a separação de cargas," afirma Rand. "Nas células solares, a luz entra em um material, é absorvida e gera calor."

"Aqui, esperamos ter uma carga térmica muito baixa. Em vez de a luz ser absorvida, a energia é armazenada como um momento magnético. A magnetização intensa pode ser induzida por luz intensa e, em seguida, é possível fornecer uma fonte de energia capacitiva," explica o pesquisador.

Retificação óptica

O que torna isto possível é uma espécie de "retificação óptica" que nunca havia sido detectada, afirma William Fisher, coautor da pesquisa.

Na retificação óptica tradicional, o campo elétrico da luz provoca uma separação de cargas, distanciando as cargas positivas das negativas no interior de um material. Isto cria uma tensão elétrica, semelhante à de uma bateria.

Este efeito elétrico só havia sido detectado em materiais cristalinos, cuja estrutura atômica apresenta uma certa simetria.

Rand e Fisher descobriram que, sob certas circunstâncias, o campo magnético da luz também pode criar retificação óptica em outros tipos de material.

Bateria solar

"Acontece que o campo magnético começa desviando os elétrons, forçando-os a assumir uma rota em formato de C, e fazendo-os avançar aos poucos," disse Fisher. "Esse movimento das cargas em formato de C gera tanto um dipolo elétrico quanto um dipolo magnético."

"Se pudermos configurar vários desses elementos em linha ao longo de uma fibra poderemos gerar uma tensão enorme; extraindo essa tensão, podemos usar a fibra como uma fonte de energia," explica ele.

Para isso, a luz deve ser dirigida através de um material que não conduz eletricidade, como o vidro. E ela deve ser focalizada a uma intensidade de 10 milhões de watts por centímetro quadrado.

A luz do Sol sozinha não é tão intensa, mas o cientista afirma que seu grupo está procurando materiais que trabalhem com intensidades mais baixas. Por outro lado, concentradores solares de alta eficiência já conseguem aumentar a concentração da luz em quase 2.000 vezes.

"Em nosso trabalho mais recente, mostramos que uma luz incoerente como a luz solar é teoricamente quase tão eficiente em produzir a separação de cargas quanto a luz de um laser," disse Fisher.

Do laser ao Sol

Segundo os pesquisadores, esta nova técnica poderia tornar a energia solar mais barata.

Eles preveem que, com materiais melhores, será possível alcançar uma eficiência de 10 por cento na conversão da energia solar em energia utilizável. Isso é praticamente equivalente à eficiência das células solares vendidas no comércio hoje, embora já existam células solares muito mais eficientes em escala de laboratório.

"Para fabricar as células solares modernas, você precisa de um enorme processamento dos semicondutores", defende Fisher. "Tudo o que nós precisamos são lentes para focar a luz e uma fibra para guiá-la. O vidro é suficiente para essas duas tarefas. Cerâmicas transparentes poderiam ser ainda melhores."

A seguir, os pesquisadores vão trabalhar na transformação da luz em eletricidade usando uma fonte de raios laser. A seguir eles trabalharão com a luz solar.

Recentemente, outro grupo de cientistas construiu um metamaterial capaz de interagir com o campo magnético da luz.

Fonte: Inovação Tecnológica

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domingo, 24 de abril de 2011

O cachorro não é o melhor amigo da natureza

Em vários ecossistemas, eles vêm causando danos consideráveis

por Julie Young

Nik Neves

Muito já se estudou sobre a ameaça dos gatos criados soltos, abandonados ou resultado de cruzamento com gatos selvagens e sem dono à natureza, mas o mesmo não foi feito em relação aos cães nessa mesma situação, apesar de eles serem um problema maior que os felinos em muitos locais.

A ideia surgiu de nosso trabalho na Mongólia com espécies em extinção em 2007. Eu e meu colega Joel Berger estávamos pesquisando o antílope saiga e conhecíamos os pesquisadores Rich Reading e Kirk Olsen porque eles trabalhavam com o argali e a gazela naquele país. Descobrimos que os cães da região estavam atacando todas as três espécies e analisamos seu impacto. Depois, por dois anos, reunimos 28 estudos em todo o mundo que relatam situação semelhante. Os cães estão onde o homem está — a única exceção talvez seja a Antártida: são 500 milhões de cachorros no mundo. Eles ameaçam outros animais de três formas. Em alguns casos, causam problemas simplesmente porque estão no mesmo local que os animais selvagens (por exemplo, quando alguém passeia com seu cachorro em uma floresta), afugentando animais. Outras vezes, eles transmitem doenças ou se tornam predadores. E desequilibram os ecossistemas.

Em Northland, na Nova Zelândia, por exemplo, dois estudos (feitos em 1988 e 1997) mostram que um único cão solto foi a causa de 70% das mortes de kiwis, pássaros típicos daquele lugar. No sudeste brasileiro, gatos e cachorros abandonados alteraram a cadeia alimentar ao começarem a comer pássaros, insetos e pequenos mamíferos, mostra um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba, interior de São Pulo, publicado em 2007. Em alguns casos, os cães podem causar um impacto maior em número de mortes que os predadores naturais.

Nik Neves

Essa disputa por território também foi observada em Brasília (DF), entre 2006 e 2009, no Parque Nacional conhecido como Água Mineral. O lobo-guará e o tamanduá gigante afastaram-se para áreas que estão ainda mais distantes da cidade por causa de cães abandonados que os ameaçavam. E, no Colorado, Estados Unidos, pequenos mamíferos, cervos e linces começaram a evitar trilhas em que pessoas passeavam com seus cachorros. Além disso, a população de cães de pradaria, esses sim, espécies que fazem parte daquele ecossistema, diminuiu.

Os cães podem se tornar ainda vetores de doenças, pois fazem a troca de parasitas entre humanos e animais selvagens. O vírus da cinomose canina, por exemplo, foi transmitido de cães domésticos para focas do Lago Baikal, na Rússia, resultando na diminuição delas, na década de 90.

Na Mongólia, campanhas públicas para donos de cachorros em Ikh Nart resultaram em apoio a programas para adestramento de cães a fim de reduzir o conflito com animais selvagens. E foram essenciais para diminuirmos as mortes causadas por eles. Vimos que os custos da prevenção compensam os gastos associados com os impactos, por exemplo, no caso da transmissão da raiva. O custo anual da vacina antirrábica na Ásia é de US$ 52 milhões. Enquanto isso, o custo de perdas de gado por causa de mordidas de cães raivosos é de US$ 10,3 bilhões e o tratamento de infecções em humanos fica entre US$ 179,8 milhões e US$ 251,7 milhões. Os custos serão provavelmente maiores ainda depois de medidos os impactos na vida selvagem e sobre outros animais domésticos. Assim como repovoar uma área de animais selvagens em extinção é muito mais difícil e caro que vacinar e fazer campanhas.

Aos donos de cachorros, sugerimos simplesmente mantê-los sob controle durante o passeio, além de bem alimentados e vacinados, e longe de áreas selvagens. E, se estiverem caminhando numa área de vida selvagem, vá com seu cão ao seu lado e impeça que ele persiga ou maltrate outros animais.

Julie K. Young é bióloga da Universidade de Utah e supervisiona a Estação de Pesquisa de Predadores do Centro Nacional de Pesquisa de Vida Selvagem do Depto. Americano de Agricultura

Fonte: Revista Galileu

A preguiça é produtiva

Estamos acostumados a pensar que o grupo mais eficiente é aquele em que todos colaboram. Na verdade, quem enrola faz os outros se desdobrarem
por Laurence D. Hurst

Nik Neves

Poucas teorias são tão versáteis quanto a chamada conspiração de pombos. Ela se aplica à biologia, à sociologia, à política, à economia, à administração de empresas... É uma tese simples e aceita universalmente: para um grupo ser eficiente em qualquer atividade, é fundamental que todos os seus integrantes colaborem dando o melhor de si. Quem discordaria? Parece óbvio que qualquer coletividade, de uma colmeia a uma grande corporação, depende da dedicação individual com um objetivo comum. Eu também pensava assim. Até que participei de um estudo, publicado recentemente, que aponta para uma direção bem diferente: os preguiçosos são importantíssimos para o aumento da produtividade.

A pesquisa reuniu biólogos, matemáticos, geneticistas e zoólogos de cinco universidades inglesas e alemãs, incluindo Oxford. Alteramos geneticamente um grupo de leveduras para que parte delas fosse incapaz de transformar as moléculas de sacarose e glicose. Reunimos estes fungos preguiçosos, que apenas digeriam alimentos sem produzir nada, a outros, normais. Para nossa surpresa, percebemos que a falta de alimentos levou as leveduras produtivas a se esforçarem muito mais. A colônia atingiu o nível máximo de crescimento quando teve 60% de fungos inaptos. Sozinhos, os 40%, sob a pressão da sobrevivência, foram mais produtivos do que se os 100% de leveduras atuassem juntos.

Nosso próximo passo é reproduzir o experimento com outros tipos de colônias. Mas, enquanto isso, eu já tirei minhas conclusões a respeito deste fenômeno. Se você está no ambiente de trabalho agora, olhe à sua volta e acompanhe meu raciocínio. Não existem ambientes de total cooperação. Algumas pessoas sempre são muito mais produtivas que outras — mesmo as mais dedicadas atravessam momentos pessoais difíceis, que reduzem drasticamente sua dedicação. Mesmo assim, aposto que, em geral, as metas do grupo são cumpridas. Na prática, faz bem para qualquer corporação contar com uma parcela de profissionais improdutivos, porque os demais sempre vão se desdobrar para cumprir as tarefas que sobrarem. Os eficientes vão ficar insatisfeitos, com certeza. Mas, ao perceber que o desempenho profissional daquele grupo depende deles, o instinto de sobrevivência fala mais alto.

Nik Neves

Minha tese não é apenas um chute ou uma comparação absurda entre fungos e humanos. A antropologia e a zoologia nos ensinam: em grupos de leões, por exemplo, os mais fortes são os que assumem as posições de liderança. Como resultado, são os que mais trabalham. Outro exemplo: o que nós humanos fazemos em prol dos nossos bebês? Não existe ser mais improdutivo do que um recém-nascido. E nós nos desdobramos para que eles se mantenham vivos e saudáveis. Trabalhamos por dois, ou por três, se for o caso, mas não abandonamos os filhotes (ou os mais idosos e doentes) à inanição. Por que no ambiente de trabalho seria diferente?

Os gestores e chefes precisam repensar a “conspiração de pombos”. Não estou sugerindo que comecem a procurar pessoas preguiçosas para garantir o equilíbrio da companhia, mas precisamos encarar com mais naturalidade um fato que as empresas insistem em combater: os funcionários mais lentos existem e não vão desaparecer. O importante é fazer com que eles não derrubem os ânimos dos mais dedicados. Assim o grupo vai alcançar a maior produtividade possível, sem o sonho da eficiência total.n

Laurence D. Hurst é professor de genética evolutiva da Universidade de Bath, na Inglaterra, e pesquisador especializado em cooperação entre animais e humanos

Fonte: Revista Galileu

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sistema dessaliniza água do mar usando energia renovável

Dessalinização alternativa

Um sistema mecânico capaz de transformar a água do mar em água potável utilizando energia renovável acaba de ser desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da USP.

O equipamento poderá atender a necessidade de países como Cabo Verde, na África, onde a água potável não é um recurso tão abundante.

O projeto é de autoria do engenheiro Juvenal Rocha Dias, cidadão caboverdiano, que efetuou os cálculos e medições para o trabalho durante suas pesquisas de mestrado e doutorado na Poli. A ideia surgiu justamente pela observação das necessidades de seu país de origem.

Segundo Dias, já é possível que os governos de países menos desenvolvidos pensem numa alternativa menos custosa que a técnica mais comum de dessalinização, que funciona com energia elétrica obtida a partir da queima de combustível fóssil, como o diesel.

A nova alternativa propõe ser menos nociva ao meio ambiente e pode custar menos ao poder público, no que diz respeito aos gastos com a compra de combustíveis derivados do petróleo.

Coluna de dessalinização

O sistema denominado "coluna de dessalinização" funciona basicamente como um filtro, utilizando energia eólica - fornecida pelos ventos - provinda de cata-ventos ou turbinas eólicas, e energia potencial gravitacional, que existe por conta da força da gravidade, relacionada à massa dos corpos e à altura da qual se encontram.

Dias explica que o processo de dessalinização se inicia com o bombeamento de água salgada para a parte superior de uma coluna, em formato cilíndrico, onde há um reservatório.

O peso dessa água impulsiona um êmbolo que pressiona o ar contido em uma câmara inferior do sistema. Esse ar exerce uma força sobre outro reservatório. A água contida nele é pressionada e passa por uma espécie de membrana.

A membrana é o filtro do sistema, que compõe o método conhecido como "osmose reversa". Assim, a água, antes salgada, passa pela coluna, é filtrada e transformada em água potável.

Segundo o pesquisador, a dimensão da coluna a ser construída depende do consumo de água potável desejado. Por exemplo, para a produção de 5 mil metros cúbicos (m3) de água, o que equivale, em média, à água utilizada por 10 pessoas ao longo de um dia, o sistema deve possuir cerca de 25 metros (m) de altura.

De acordo com os cálculos realizados, o consumo específico de energia no processo equivale a 2,8 kWh/m3 de água potável produzida, bem abaixo do consumo específico de energia de sistemas convencionais, que apresentam valores em torno 10 kWh/m3 de água potável produzida a partir da dessalinização da água do mar.

Custo e usos alternativos

A professora Eliane Fadigas, orientadora do estudo, diz que os possíveis gastos com a construção e instalação do sistema podem ser caros. Porém, a longo prazo, o investimento pode valer a pena, principalmente para países na situação econômica como a de Cabo Verde.

"O governo vai poder redirecionar o dinheiro que era utilizado com a compra de Diesel para outras necessidades, ligadas também à população. É evidente que tudo isso depende da vontade política", explica Eliane.

"Além de servir para transformar a água do mar em água potável, a coluna também pode ser adaptada e reprojetada para outros fins. Por exemplo, a partir do uso de filtros apropriados, o sistema pode ser utilizado para a despoluição de riachos e lagos, ou mesmo como fonte de água para uso na agricultura ou produção de energia elétrica", acrescenta a professora Eliane. "Ao idealizar o sistema, pensamos não só na questão dos gases poluentes, mas também onde poderíamos depositar o sal retirado da água. Esse 'resto' pode ser, por exemplo, devolvido para o mar de uma forma controlada", completa o engenheiro.

Limitações do projeto

Durante o estudo na Poli, o pesquisador construiu um protótipo da coluna, utilizando materiais diversos para teste, como baldes, papelão e concreto, e obteve sucesso nos testes. Segundo a pesquisa, os modelos reais terão como principal material o aço. Ainda será testado um protótipo da coluna mais próximo do real, por meio do qual será possível medir, por exemplo, as perdas por atrito, o que pretende aprimorar o modelo.

Segundo o engenheiro, há algumas limitações no funcionamento do sistema. "Uma vez que é movido à energia eólica, ele depende das condições dos ventos, e até mesmo dos requisitos dos cata-ventos, que, por sua vez, devem ser instalados próximos ao mar ou a fontes de água. Isso não acontece caso a fonte de energia seja a turbina eólica, de mecanismo diferente do cata-vento. Há portanto a limitação de espaço, já que quanto mais cata-vento, mais potência", aponta Dias.

Mas já imaginando possibilidades de compensar essas limitações, a pesquisa também sugere utilização da chamada bomba clark, que serve como reaproveitadora das energias "perdidas" durante os processos do sistema.

Fonte: Inovação Tecnológica

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Brasileiros criam filtro de metais pesados com cascas de banana

Filtro de casca de banana

O velho clichê de atirar fora as cascas de uma banana não faz justiça às mil e uma utilidades já descobertas para esse biomaterial.

Muito além de dar tombos nos outros, as cascas de banana são usadas em receitas culinárias, para polir pratarias, limpar sapatos e outros objetos de couro e até para limpar as folhas das plantas no jardim.

Agora, um grupo de pesquisadores da UNESP, em Botucatu, adicionou mais uma utilidade para elas: a purificação de água contaminada com metais potencialmente tóxicos.

Gustavo Castro e seus colegas descobriram que a casca de banana picada é um purificador de água tão ou mais eficiente do que vários outros materiais disponíveis destinados a cumprir essa função.

Banana para os metais pesados

Inúmeros processos industriais - incluindo a mineração, o escoamento de rejeitos das fazendas e os mais conhecidos rejeitos industriais - lançam vários metais pesados, como cobre e chumbo, nos cursos d'água, com efeitos adversos para a saúde e o meio ambiente.

Os métodos atuais para remover metais pesados da água são caros e, paradoxalmente, algumas das substâncias usadas nesses processos são tóxicas.

Trabalhos anteriores já demonstraram que alguns resíduos de origem vegetal, como fibras de coco e cascas de amendoim, são capazes de remover esses metais pesados da água.

Foi isto o que inspirou Renata Castro a efetuar experimentos com cascas de banana picada, com vistas a verificar se o material também pode atuar como purificador de água.

Purificador barato

Os experimentos realizados por Renata revelaram que a casca de banana picada consegue remover rapidamente o chumbo e o cobre diretamente a partir da água de um rio.

A eficiência verificada foi equivalente ou melhor do que uma série de outros materiais já testados para o mesmo fim.

Um aparelho de purificação de água à base de casca de banana pode ser usado até 11 vezes sem perder suas propriedades de captura dos metais.

A equipe brasileira acrescenta que as cascas da banana são muito atraentes como purificadores de água devido ao seu baixo custo e porque elas não precisam de qualquer modificação química para funcionarem na captura dos metais pesados.


Fonte: Inovação Tecnológica

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Brasileiros criam superplástico com abacaxi e banana

Cientistas brasileiros querem que os chamados "carros verdes" - carros ambientalmente corretos, ou menos ambientalmente danosos do que os atuais - tenham o verde guardado fundo em suas fibras mais íntimas.

Alcides Leão e seus colegas da USP desenvolveram uma técnica para usar fibras de abacaxi, banana e outras plantas em uma nova geração de plásticos automotivos.

Superplásticos de plantas

Os plásticos compósitos à base de plantas são mais fortes e mais leves do que os atuais - e mais ambientalmente corretos, por dispensarem uma parte do material à base de petróleo.

Segundo Leão, as fibras retiradas do abacaxi e da banana parecem ser frágeis, mas, quando testadas na forma de fibras de nanocelulose, elas são extremamente fortes - quase tanto quanto o famoso Kevlar, usado na fabricação de roupas à prova de bala.

Com a vantagem de que, ao contrário do Kevlar e de outros plásticos tradicionais, que são feitos de matérias-primas oriundas do petróleo e do gás natural, as fibras de nanocelulose são completamente renováveis.

"As propriedades desses plásticos são incríveis," disse Leão. "Eles são leves, mas muito fortes - 30 vezes mais leves e de 3 a 4 vezes mais fortes. Nós acreditamos que uma grande variedade de peças de automóveis, incluindo painéis, pára-choques e painéis laterais, será feita de nanofibras de frutas no futuro."

E em um futuro próximo: segundo Leão, os superplásticos à base de nanocelulose poderão estar no mercado dentro de dois anos.

Além do aumento na segurança, os bioplásticos permitirão a redução do peso do veículo, com um ganho direto na economia de combustível.

O pesquisador brasileiro cita ainda outras vantagens. Segundo ele, os plásticos com as nanofibras de frutas incorporadas têm maior resistência a danos causados pelo calor e por derramamento de líquidos, como a gasolina.

Nanocelulose

A celulose é o material básico que forma a madeira e outras partes das plantas.

Suas fibras, em suas dimensões naturais, têm sido usadas na fabricação de papel há séculos.

Mais recentemente, os cientistas descobriram que o processamento intensivo da celulose libera fibras extremamente pequenas, a chamada nanocelulose - fibras com comprimentos na faixa dos nanômetros, ou bilionésimos de metro.

Estas nanofibras são tão pequenas que seria necessário colocar 50.000 delas enfileiradas para cobrir o diâmetro de um fio de cabelo humano.

Assim como as fibras de vidro e fibras de carbono, as fibras de nanocelulose podem ser adicionadas às matérias-primas usadas na fabricação do plástico, gerando plásticos reforçados que são mais fortes e mais duráveis.

Nanofibras

Leão afirma que as folhas e caules de abacaxi são mais promissores como fonte de nanocelulose do que a madeira comum.

Outras fontes adequadas de nanocelulose estudadas pelo grupo são o curauá (Ananás Erectifolius)), um parente do abacaxi, a banana, a casca de coco e o sisal.

Para preparar as nanofibras, os cientistas colocaram as folhas e caules de abacaxi ou das demais plantas em um equipamento parecido com uma panela de pressão.

O "molho" é formado por um conjunto de compostos químicos, e o cozimento é feito em vários ciclos, até produzir um material fino, parecido com o talco.

O processo é caro, mas é necessário apenas um quilograma de nanocelulose para produzir 100 quilogramas de plásticos leves e super-reforçados.

"Por enquanto nós estamos focando na substituição dos plásticos automotivos," disse Leão. "Mas no futuro poderemos substituir peças automotivas hoje feitas de aço ou alumínio usando esses materiais à base de nanocelulose de plantas."


Fonte: Inovação tecnológica

Banhados artificiais tratam esgoto com técnicas naturais

A equipe do professor Marcelo Nolasco, da USP, desenvolveu um novo sistema de tratamento de esgotos usando métodos naturais, conhecidos como banhados artificiais.

Banhados artificiais

A técnica, também conhecida com wetlands (área pantanosa), usa tanques nos quais areia, cascalho ou outros materiais, funcionam como meio de suporte para o crescimento de plantas aquáticas (macrófitas).

Dentro dos tanques, diversos processos biológicos naturais promovem o tratamento das águas residuárias com o auxílio das populações de microrganismos que se desenvolvem na zona das raízes das plantas e no meio filtrante.

Segundo o professor Nolasco, o relato mais antigo de utilização desse sistema veio de um estudo de 1953, desenvolvido no Instituto Max Planck, na Alemanha.

O uso dos banhados artificiais surgiu a partir da observação de que o sistema era eficiente na remoção de poluentes químicos e de patógenos - a água que entrava poluída nesses banhados saía com melhor qualidade.

Benefícios das wetlands

Outras vantagens do tratamento natural de esgotos são o baixo custo e os benefícios ambientais do sistema.

Por utilizar materiais de baixo custo e que não precisam ser transportados por longas distâncias, a implantação do sistema de wetlands fica mais barato do que uma estação de tratamento tradicional.

Sob o ponto de vista ambiental, os banhados artificiais têm capacidade de suportar variações na vazão de água, o que é muito importante nos dias de chuvas fortes. E a grande população de organismos que ali convivem acabam favorecendo a biodiversidade.

"É um sistema que se integra à paisagem natural, utilizando plantas da própria região onde é implementado", explica o professor.

Tratamento de águas residuárias

Segundo Nolasco, a ideia de trabalhar com o sistema de banhados artificiais surgiu da necessidade de criar uma nova estrutura para que os alunos pudessem realizar estudos na área de tratamento de águas residuárias.

A estrutura de pesquisa, que acaba de ser implementada, permitirá o desenvolvimento de novos estudos.

Os sistemas de banhados artificiais foram selecionados por serem alternativas tecnológicas sustentáveis, robustas, de forma a atender a necessidade de ampliação do conhecimento por tecnologias descentralizadas de tratamento de esgotos no Brasil.

Em diversos países, esta é uma tecnologia em amplo desenvolvimento, mas relativamente pouco desenvolvida no Brasil. "É um sistema que pode ajudar a diminuir o alto défice existente no Brasil com o tratamento de esgoto", diz Nolasco.

O laboratório, mais parecido com uma planta-piloto, possui três unidades com características diferentes, todas abastecidas com o esgoto da própria faculdade.

As unidades foram planejadas e submetidas a diferentes configurações construtivas e operacionais para se avaliar a melhor relação custo-benefício.

Em uma delas, o volume do meio suporte (areia e pedregulho) consiste no dobro da outra. Em outra unidade, o fluxo de água é horizontal, diferenciando-se das demais de fluxo vertical e assim por diante. Dessa forma, será possível avaliar o comportamento de cada uma das unidades na remoção de poluentes químicos e biológicos, associados a cada uma das configurações.

Saneamento descentralizado

A princípio, um dos objetivos da pesquisa era obter informações sobre as modalidades de reúso adequadas para a água residuária tratada. Até o momento, os estudos se mostram promissores, principalmente para os índices de nitrogênio e de sólidos suspensos.

A partir dos resultados dos estudos em andamento, espera-se que o projeto obtenha novos recursos junto às agências de fomento e na iniciativa privada, de forma a ampliar o âmbito do estudo e o retorno à sociedade com soluções apropriadas às suas necessidades.

Segundo o pesquisador Vitor Cano, que auxiliou o professor durante todo o projeto, o que o chamou a atenção nessa pesquisa foi o estudo sobre saneamento descentralizado, área que ele achou interessante e a qual pretende continuar estudando.

De acordo com Nolasco, considerando o caráter multidisciplinar do projeto, o próximo passo é atrair também alunos das áreas de biologia, engenharia ambiental, engenharia civil, arquitetura, química, entre outros, para juntos, aperfeiçoarem os projetos a partir do sistema já construído.

"No futuro pretendemos atrair novos alunos de graduação, da pós-graduação, pós-doutorandos e montarmos um parque demonstrativo de soluções para o tratamento de águas residuárias", completa.


Fonte: Inovação Tecnológica

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Frase do Dia

"A verdadeira “indústria da multa” é feita por uma grande parcela dos motoristas que produzem infrações em escala industrial." Sérgio Kalil

Tirada dos comentários de uma importante postagem no Vá de Bici:

http://vadebici.wordpress.com/2011/04/19/porto-alegre-cidade-sem-lei/

domingo, 17 de abril de 2011

Ônibus Elétrico com Sistema Duplo de Baterias


Ninguém sabe ainda qual tecnologia de baterias vai alimentar os carros do futuro.

Os especialistas consideram que as baterias de hoje são inadequadas para uso nos carros elétricos em grande escala.

Mas cientistas e engenheiros não estão parados à beira do caminho.

Sistema duplo de baterias

A norte-americana GE acredita ter achado uma solução, pelo menos para ônibus, caminhões e outros veículos de grande porte.

A empresa apresentou o protótipo de um sistema duplo de baterias que pode oferecer uma solução econômica e tecnicamente viável para veículos elétricos de grande porte.

Segundo a empresa, seu DBS (Dual Battery System) tem potencial para reduzir o custo do conjunto de baterias em até 20%.

O sistema acopla uma bateria de sódio de alta densidade de energia como uma bateria de alta potência de lítio.

"A beleza do nosso sistema de bateria dupla é que ele pode ser escalado para atingir a combinação adequada de potência e armazenamento," diz Lembit Salasoo, engenheiro responsável pelo projeto.

Baterias de lítio e sódio

A maioria das baterias de hoje tem um compromisso entre potência e energia armazenada.

Por exemplo, as baterias de lítio fornecem muita potência para aceleração, mas são não otimizadas para armazenar a quantidade de energia necessária para aumentar a autonomia dos veículos elétricos.

As baterias de sódio estão no lado oposto do espectro. Elas armazenam grandes quantidades de energia, mas são menos otimizadas para potência.

O sistema de baterias duplas instalado no protótipo de ônibus elétrico construído pela empresa combina os melhores atributos de cada tipo de bateria em um único sistema.

Nesse sistema híbrido, a bateria de lítio cuida da alta potência necessária para a aceleração, enquanto a bateria de sódio proporciona um fluxo constante de energia para ampliar a autonomia do ônibus.

Segundo a empresa, a grande vantagem do sistema dual em termos de custos é que ele oferece flexibilidade para integrar as baterias químicas de sódio, muito mais baratas, sem ter que aumentar o tamanho da bateria para atender às enormes demandas de potência e energia necessárias para alimentar um veículo de grande porte.

Um sistema de bateria única exigiria uma ampliação no tamanho da bateria, para alcançar o mesmo resultado, que seria muito mais cara.

Ônibus e caminhões elétricos

A GE afirma que há 843.000 ônibus registrados nos Estados Unidos hoje e que a maioria deles - sobretudo os 63.000 ônibus de trajetos curtos e os 480.000 ônibus escolares - viajam menos de 160 quilômetros por dia.

Isto os torna candidatos naturais para migrarem para sistemas elétricos, com um impacto direto e imediato na redução da poluição das cidades.

"Sendo o custo das baterias o principal obstáculo à adoção dos veículos elétricos, um sistema de bateria dupla pode reduzir esses custos e ajudar a acelerar a revolução elétrica para caminhões, ônibus e frotas de entrega, que representam centenas de milhares de veículos," disse Salasoo.

Confiante em sua tecnologia, a GE anunciou também a construção de uma nova fábrica em Schenectady, Nova Iorque, para fabricar baterias químicas de sódio, além da compra de 25.000 carros elétricos para a frota da empresa, incluindo 12.000 Volts, da GM, já em 2011.

Fonte: Inovação Tecnológica

Mais Aqui

Vídeo:



sábado, 16 de abril de 2011

A lição além dos muros da Escola Aurélio Reis

Encravada em um beco no bairro Jardim Floresta, na periferia da Capital, uma escola estadual divide espaço com casebres e o narcotráfico. Não tem placas nem portaria. É rodeada por um muro aos pedaços e protegida por um portão com corrente e cadeado. Pode parecer estranho, mas ali está a instituição de ensino eleita pelo governo gaúcho como modelo a ser seguido.

Mas o que há de tão especial na Escola Estadual de Ensino Fundamental Aurélio Reis? Definitivamente, não é o pórtico. É preciso avançar e olhar mais de perto. Quando pisei pela primeira vez na viela, às 12h47min de segunda-feira, também desconfiei. Foi um grupo de crianças sentadas ao meio-fio que me serviu de bússola.

– É aqui a escola Aurélio Reis? – perguntei.

– Sim, tia. Daqui a pouco abre – respondeu uma sorridente menina desdentada, enquanto os colegas brincavam de rodar peão.

– E esse muro estragado? – continuei.

– Foi uma árvore que caiu em cima.

Às 13h, uma senhora destrancou o cadeado e os alunos entraram correndo e gritando. Aos poucos compreendi por que, nos últimos três anos, a escola reduziu a zero a taxa de abandono e aumentou os índices de aprovação. Foi isso que levou o governador Tarso Genro, em março, a atravessar o mesmo portão e conversar com docentes e estudantes. Ao final, surpreso, o chefe do Executivo declarou:

– Se fôssemos estabelecer um padrão de um a 10, essa escola mereceria oito ou nove e até um 10 em alguns aspectos. Ela deve ser a referência para a qual queremos remeter todas as escolas do Rio Grande do Sul.

Saindo da UTI

A primeira coisa que se vê é uma quadra de cimento, protegida por uma cerca enferrujada, e dois prédios de tijolo à vista em boas condições. Não há lixo no chão nem pichações – apenas grafites.

Nos prédios – um deles novo –, as paredes são recém-pintadas. Além do bege de fundo, há detalhes em vermelho, lembrando flores e corações. Por todos os lados, quadros destacam os valores da escola: respeito, autoestima e ensino de qualidade.

Não há classes nem paredes riscadas. Nenhuma sequer, em nenhum dos edifícios. Os tampos das mesas são brancos e lembram os móveis usados em alguns colégios particulares. Também não há cadeiras quebradas.

A explicação para tanto zelo está em um acordo coletivo tácito, possível em uma instituição pequena, se comparada a outras da rede – do jardim à 8ª série, são apenas 220 alunos. Mas ao mesmo tempo difícil, por abarcar uma população em parte miserável, incluindo moradores da Vila Dique.

Ao assumir a direção do estabelecimento, há três anos, a professora Nássara Brum Pires Scheck, 48 anos, concluiu que precisava arrumar um jeito de aproximar a criançada da escola. Na época, os índices de reprovação e abandono eram altos. A virada só seria possível a partir de uma mobilização incluindo pais, alunos e funcionários.

– Atenção! Sábado vai ter churrasco e mutirão. Avisem em casa. Quem quiser, vai poder ajudar a pintar o colégio. É só aparecer – anunciou a diretora, em março de 2008.

Empolgados, pais e alunos compareceram em massa. A ofensiva fez história no bairro. Em dois dias, as paredes estavam renovadas. E o sentimento de orgulho em relação à escola também. Os mutirões se seguiram, ano após ano, assim como as festas.

– É como se fosse nossa casa – assegura a estudante Suelen Marques, 11 anos.

A escola saiu da UTI, mas as condições ainda eram ruins. Mesmo ganhado mal, as professoras chegaram a tirar dinheiro do bolso para ajudar. Certa vez, quando faltou comida, Nássara foi de carro até a Ceasa. Pediu ajuda de banca em banca. Ganhou repolho, cenoura, alface.

– As pessoas não imaginam, mas o que a gente recebe do governo do Estado não dá para quase nada. São R$ 1,7 mil por mês. E isso tem de servir para tudo, do material de limpeza à conta do telefone – diz a diretora.

Sonho realizado

Inconformada, ela saiu em busca de verbas. Onde havia oportunidade de participar de algum projeto, lá estava ela. E projetos existem, aos montes. O problema, diz a gestora, é a burocracia, o tempo exigido para o preenchimento de papéis, a prestação de contas. Mal pagos, muitos diretores preferem a inércia. Nássara, não. Nássara é diferente. E foi assim, na base da insistência, que a escola conseguiu sua segunda grande conquista.

Com recursos do programa Mais Educação, do governo federal, foi possível criar uma biblioteca infantil. Hoje, meninos e meninas contam com um espaço multicolorido, cheio de almofadas e pufes, com mais de uma centenas de livros. Dá gosto de ver.

A biblioteca virou hit. Nássara, que trabalhou por 20 anos na rede marista, queria criar salas de aula temáticas, abrir um laboratório de matemática e ciências, arrumar a sala de informática. Em 2009, com verbas federais, ela conseguiu concretizar o segundo sonho.

Inclusão digital

Montado em uma sala ampla, o laboratório conta com mesas compridas e um armário com dezenas de jogos educativos. Em um balcão, réplicas de um esqueleto e do corpo humano chamam atenção, assim como uma engenhoca representando o sistema solar, um microscópio e uma luneta.

– Uma das escolas onde trabalho é particular, mas não tem nem a metade do que tem aqui. É uma forma divertida de aprender – diz a professora Jéssica Paim, 20 anos.

No mesmo ano, graças a uma boa gestão, Nássara conseguiu reformar a sala de informática. De tanto insistir com governantes, ganhou 28 computadores. Mandou botar tampos de madeira sobre antigas pias dispostas na sala para compor mesas e comprou cadeiras estofadas. Não sossegou enquanto não conseguiu auxílio da Secretaria Estadual de Educação para instalar um split. Todos os equipamentos seguem funcionando. E as cadeiras não têm um rasgo sequer.

A reviravolta promovida desde 2008 é visível em todos os cantos. Nos banheiros, as portas maculadas com palavrões e desenhos obscenos foram pintadas e seguem brancas. Tudo é muito limpo. E há papel higiênico.

– Se a gente não insistisse e desse o exemplo na questão da higiene e na organização, o que se poderia esperar das crianças? Muitas vivem no meio do lixo. Aqui, ensinamos para a vida – sustenta Nássara.

Na entrada das turmas, a gurizada se apressa quando há oficina com netbooks. Selecionada para o projeto Escola Digital, uma parceria entre Estado e iniciativa privada, a Aurélio Reis recebeu a promessa de ganhar 250 computadores portáteis e lousas digitais.

O projeto começou em 2010. A escola teve fiação e tomadas instaladas e apenas um teste com um dos quadros. Os professores estão sendo treinados. Quanto aos laptops, chegaram só 25. A letargia não abate os estudantes.

– Eu estudava em outro lugar antes. Tinha livros feios, paredes riscadas, cadeiras quebradas, lixo nos corredores. Aqui é tudo ao contrário. E ainda tem os netbooks. Pouca gente tem essa oportunidade – conclui o aluno João Pedro Gonçalves, 12 anos.

Se dependesse das crianças, elas dormiriam abraçadas nos netbooks, dentro da escola, que fica aberta aos fins de semana, com aulas de informática e violão à comunidade.

Por um novo muro

Enquanto alunos aprendem passos de street-dance e outros ajudam a limpar os pratos no refeitório – usado três vezes ao dia –, pergunto à diretora o que achou da visita de Tarso Genro. Com um misto de orgulho e modéstia, ela sorri e diz ter se surpreendido, não sem antes deixar claro que é “apartidária”:

– Não sei se somos escola modelo. Temos muita coisa boa, sim, mas também temos muito a conquistar. É uma luta diária.

Foi assim que Nássara conseguiu a ajuda de uma editora para a publicação de três livros, feitos pelos pupilos. No lançamento do último, na Feira do Livro em 2010, a diretora quase infartou de orgulho. A próxima luta, agora, é mais difícil, mas não impossível. Ela quer mudar a cara da escola, que faz a gente duvidar da qualidade do colégio.


A RECEITA DE NÁSSARA

A pedido de ZH, a diretora Nássara Brum Pires Scheck, 48 anos, elaborou uma receita simples para transformar a realidade:

1 Faça você mesmo. Mobilize seus alunos para um mutirão. Pode ser uma limpeza coletiva da escola, o embelezamento do pátio ou até uma pintura nova. Se não tiver verba e não conseguir apoio do Estado, não desanime. Busque parceiros no bairro ou promova uma festa comunitária para arrecadar dinheiro.

2 Reutilize materiais. Exemplo: em vez de jogar fora cadeiras quebradas, tire as partes de madeira e separe as estruturas de ferro de quatro delas. Em uma obra ou marcenaria, peça duas tábuas de quatro metros de comprimento e 30 centímetros de largura. Disponha as estruturas lado a lado e pregue as tábuas para formar um banco coletivo. Depois, convide os alunos para a pintura e terá um banco novo na quadra de esportes.

3 Fique atento aos projetos oferecidos pelos governos federal e estadual. Acesse o site do Ministério da Educação (www.mec.gov.br) e fique de olho. Dá trabalho participar – é burocrático, exige tempo e comprometimento. Mas é uma forma de conseguir verbas para melhorar o ambiente escolar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Protesto de um Cartunista











Quino é um grande cartunista argentino, pai da Mafalda. Consegue com as charges acima resumir muito bem porque o nosso mundo atual é como é!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

"Esquisitices" da água começam a ser compreendidas

Baseado em texto de Melinda Lee - 24/08/2009

Fonte: Inovação Tecnológica

Anomalias da água

A água continua sendo um mistério para a ciência. Essa substância, que é a base da vida na Terra, é tão familiar a todos que passa despercebido o fato de que ela é também um líquido com propriedades muito, muito estranhas.

Ao todo, a água tem nada menos do que 66 anomalias conhecidas, propriedades únicas, não vistas em nenhum outro líquido. Essas anomalias, que os cientistas sonham em desvendar, incluem uma densidade estranhamente variável, uma enorme capacidade de reter calor e uma elevada tensão superficial.

Propriedades essenciais à vida

Contrariamente aos líquidos "normais," a água se torna mais densa quando se torna mais fria, até atingir cerca de 4º C, quando atinge sua densidade máxima. Acima e abaixo dessa temperatura, a água é menos densa. É por isso, por exemplo, que a água de um lago congela primeiro na superfície.

É a grande capacidade da água em reter calor que estabiliza a temperatura dos oceanos. E a sua elevada tensão superficial permite que os insetos andem sobre ela sem afundar, que ela se transforme em gotas, e que os vegetais consigam transportá-la de suas raízes até a mais alta de suas folhas.

"Entender essas anomalias é muito importante porque a água é a base fundamental da vida. Sem água, não há vida," diz Anders Nilsson, um dos membros da equipe que inclui cientistas dos Estados Unidos, da Suécia e do Japão. Para entender porque a água se comporta de forma tão particular "no atacado," eles estão estudando como ela se comporta em nível molecular.

Organização molecular da água

Agora, usando experimentos em dois aceleradores de partículas, uma equipe internacional de pesquisadores começou a desvendar algumas das idiossincrasias moleculares da água.

Por exemplo, os cientistas sabem como as moléculas de água se organizam para formar o gelo: elas formam uma rede tetraédrica, na qual cada molécula liga-se a quatro outras.

Descobrir como as moléculas se organizam na água líquida, contudo, tem sido muito mais complicado. Essa organização tem sido alvo de debates nos últimos 100 anos. Se você procurar em um livro texto, lerá que, como a água forma tetraedros no gelo, na água "ela deve se organizar de maneira similar," apenas de forma menos estruturada, já que o calor é suficiente para causar a quebra das ligações.

Quando o gelo funde, continuam os livros-texto, as estruturas tetraédricas perdem sustentação, quebrando-se conforme a temperatura sobe, mas permanecendo tetraédricas o quando possível, resultando em uma distribuição estável em volta de estruturas tetraédricas distorcidas e parcialmente quebradas.

Reescrevendo os livros-textos

Mas os experimentos do grupo internacional de cientistas, feitos em aceleradores de partículas no Japão e nos Estados Unidos, sugerem que os modelos da estrutura molecular da água adotados nos livros-textos estão incorretos e que, de forma surpreendente, a água líquida parece sustentar duas estruturas distintas, uma desordenada e outra tetraédrica, não importando a temperatura em que ela se encontre.

Os cientistas descobriram também que os dois tipos de estrutura molecular são separados espacialmente, com as estruturas tetraédricas ocorrendo em "aglomerados" formados por até 100 moléculas, circundados por regiões desordenadas.

A água é uma mistura flutuante das duas estruturas em temperaturas que vão até próximo ao ponto de ebulição. Conforme a temperatura sobe, diminui a ocorrência dos aglomerados tetraédricos; mas eles estão sempre lá, com praticamente o mesmo tamanho. As regiões desordenadas tornam-se ainda mais desordenadas conforme a temperatura sobe.

Novas teorias

O trabalho explica, ao menos parcialmente, as estranhas propriedades da água. A densidade máxima da água, ao redor dos 4° C, pode ser explicada pelo fato de que as estruturas tetraédricas têm uma menor densidade, que não varia significativamente com a temperatura, enquanto as regiões desordenadas - que têm maior densidade - tornam-se mais desordenadas, e portanto menos densas, com o aumento da temperatura.

Da mesma forma, quando a água aquece, aumenta o percentual de moléculas no estado mais desordenado, permitindo que essa estrutura excitada absorva quantidades significativas de calor, o que explica a grande capacidade da água em armazenar calor.

Já a alta tensão superficial da água poderia ser explicada pela tendência de formação de fortes ligações de hidrogênio.

Começando pelo mais simples

Estas descobertas, e as que ainda deverão vir, dada a grande quantidade de "esquisitices" da água que continuam requerendo explicação, têm um significado muito prático para campos como a modelagem do clima, a medicina e a biologia.

"Se nós não entendemos esse material básico da vida, como poderemos estudar os materiais mais complexos, como as proteínas, que ficam imersos em água?" pergunta o Dr. Congcong Huang, responsável pela análise da água utilizando raios X. "Nós devemos entender o simples antes que possamos compreender de fato o mais complexo."



Violência no Trânsito


Neste final de semana foram 20 mortos em acidentes de trânsito no estado: 5 ciclistas, 2 pedestres, alguns motociclistas, motoristas e passageiros em geral. Destaco o numero de ciclistas e pedestre (7), não por considerar que estas vidas tem mais valor que as outras, mas sim para mostrar a grande porcentagem de não motorizados entre os mortos (35%) .

E o pior é que isto acontece todos os finais de semana, além é claro do que ocorre durante a semana.

A notícia sobre os acidentes podem ser lidas aqui

Pode-se ver também um mapa do estado com as mortes no trânsito em 2011: Aqui é possível acessar os números de 2010 no mesmo link.

sábado, 9 de abril de 2011

Protesto Contra a Soltura de Ricardo Neis 11/04 – 18h30

Do Blog: Vá De Bici!

É com grande tristeza e medo que recebemos a notícia de que Ricardo Neis responderá por seus crimes em liberdade. Acreditamos que ao deixar ele livre, a justiça está colocando em jogo a segurança da população. Ter a habilitação suspensa não é nenhum impedimento para alguém que já foi denunciado por perseguir uma pessoa com uma machadinha deixar de dirigir e, principalmente, ameaçar a vida de outras pessoas com um veículo ou outros meios à sua disposição.

É por tudo isso que convocamos uma manifestação/marcha/parada para exigirmos que a justiça brasileira haja para garantir a segurança das cidadãs e cidadãos e a sua liberdade de ir e vir pela cidade usando qualquer veículo que seja.
Segunda-feira, 11 de abril, encontro no Largo Zumbi dos Palmares a partir das 18h. Início da marcha às 19h.

Tragam seus cartazes, faixas, sua indignação e, por que não, a sua alegria, para realizarmos mais uma manifestação pacífica e alegre, embora por um motivo tão medonho.




















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Férias 2011



Algumas fotos:

http://olavolu.multiply.com/photos/album/33

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sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Carro e Um Assalto

O risco de ser assaltado quando se está guardando o carro na garagem é grande, pois é, esse é um dos motivos para não ter ou vender o carro que podem ser vistos nesta lista aqui, a qual apoio totalmente.

Apesar de todo o meu ciclo-ativismo, eu ainda tenho um carro na prática, na realidade é da minha esposa, mas eu o dirijo muito mais do que eu gostaria, por diversos motivos que agora não interessam.

O assalto aconteceu exatamente no dia do nascimento do meu filho, estava chegando do hospital, e na garagem e fui abordado pelo rapaz armado, na hora fiquei super calmo e expliquei para ele que estava voltando do hospital, acabara de ser pai, e talvez por isso o assalto foi muito tranquilo, sem nenhuma violência, o rapaz até me pediu desculpas, mas disse que teria que me roubar.

Perdemos um carro, pois não tinha mais seguro, uma despesa que achávamos desnecessária, devido ao pouco uso que estávamos fazendo do carro, um erro!

Tudo bem, a felicidade de ser pai superou facilmente a perda e o sentimento de impotência e insegurança na época.

Eu não queria mais ter carro fazia tempo, briguei por isso, mas não consegui vencer as outras circunstâncias e 6 meses depois tínhamos um outro carro. Admito que ele é muito útil e confortável em alguns momentos, isto não se pode negar, mas há outras alternativas.

Hoje quase dois anos depois, o trauma persiste, não há um dia em que eu tenha que guardar o carro na garagem e não fique bastante nervoso. As vezes me tira o sono e me leva a escrever artigos como este aqui blog às 3 horas da manhã.

Pra mim é um preço alto demais pelo relativo conforto e utilidade de um carro.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Retomada das Ruas

Historicamente, os espaços públicos são espaços de lazer, convívio, de artes, de manifestações populares, de comércio e de circulação. Circulação é apenas um dos possíveis usos das ruas de nossa cidade e, em milhares de anos de civilização, foi somente no último século que as ruas passaram a ser ocupadas por automóveis.

Leia mais a respeito disso em:

http://vadebici.wordpress.com/2011/04/04/pela-retomada-das-ruas/

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Minhas Viagens de Férias

Este ano de 2011 tive a oportunidade de viajar muito durante as minhas férias de verão, admito que tive uma vantagem, quase dois meses para dedicar-me a elas.
Tudo começou com o encontro de uma máquina do tempo portátil, consegui colocá-la em apenas uma mochila e ela seria responsável por todas as minhas aventuras de férias.


Meu primeiro destino foi o século XXV, onde a humanidade controla a natureza e vive uma época de hedonismo e tranquilidade econômica. Pude desfrutar das incríveis residências aéreas, saber da existência da tríade, uma inteligência galáctica de bilhões de anos que mantém contato telepáticos com golfinhos, e presenciar o contato com uma sonda de uma civilização distante, chamada de Batedor, e ela não está trazendo boas notícias. A humanidade começa a estabelecer seus “Padrões de Contato”.

Pulando para o século XXVI, pude testemunhar a tensão entre os que querem manter a pureza do corpo humano, os que querem união com maquinas e os que buscam simbiose com organismos geneticamente modificados, além de conhecer um possível problemas ambiental para a colonização estelar. Assim fui pulando alguns séculos e acompanhando a expansão humana pela galáxia o que me levou a conhecer Ângela, uma mulher linda e inteligente. Vivi momentos emocionantes, conheci diferentes raças galácticas e entendi o que era a tríade.

Depois dessa incrível e longa aventura, guidado por Ângela, e Jorge Luiz Calife resolvi permanecer mais um tempo com ele e fui transportado para um tempo muito anterior, onde passei “Uma Sema na Vida de Alonso Fernando Filho”, um brasileiro em Vênus, enquanto este passa por um turbulento processo de terraformização, uma semana difícil, mas serviu para mostrar que a exploração espacial e colonização planetária não são apenas aventuras fantásticas, existe um processo trabalhoso que precisa ser feito por alguém.

Estava bastante cansado, então nada melhor que voltar para casa, mas minha máquina do tempo sofreu algumas avarias devido a atmosfera de Vênus e meu destino não foi imaginado. Acabei chegando na Terra, no passado, nos EUA e algo estava errado: as manchetes dos jornais não combinavam com o passado da minha Terra, logo cheguei a conclusão: estava em um universo paralelo, e agora, como arrumaria a máquina? Precisava arrumar um trabalho urgente.

Consegui depois de algum esforço, utilizando meu conhecimento privilegiado do futuro e minha formação em Física, um emprego na agência espacial. Os EUA e a URSS estavam prestes a alcançar a Lua, e eu não sabia mais quem venceria a corrida, até que de repente naves alienígenas aparecem nos céus de várias cidades do planeta, seria o “Fim da Infância” para a humanidade, mas também meu passaporte para meu universo e minha própria Terra.

Os Senhores Supremos me descobriram, sabiam de alguma forma que eu não pertencia aquele tempo e universo, e já possuía um conhecimento suficiente para ser informado o que aconteceria com a humanidade naquele universo e como eu poderia evitar que o mesmo ocorresse no meu. Tive aqui um ajuda imensa de Arthur C. Clarke, juntos partimos para o passado e fizemos as correções necessárias, e... não fui autorizado a divulgá-las.

Bem, agora eu estava com as energias renovadas e muito curioso em relação ao futuro da humanidade, girei bastante o controle do tempo de forma descompromissada e sem olhar apertei a tecla de ativação.

Cheguei numa Terra muito, mas muito diferente mesmo, também não era para menos, eu estava no ano “827 da Era Galática”, descobri logo que ali os terráqueos eram considerados, pelos cidadãos do Império Galáctico, uma sub-raça que não merecia o título de humanos, além disso o planeta tinha muitas zonas radioativas. Me senti perdido, não sabia o que fazer, já estava pensando que minha única alternativa para sobreviver era sair dali o mais rápido possível, foi então que novamente fui descoberto, agora por um outro viajante do tempo, com experiência, sabedoria e inteligência inimagináveis para mim, e por algum motivo misterioso, aceitou servir de meu protetor e “guia turístico” pelo resto das minhas férias, ele se chamava Isaac Asimov.

Acompanhamos emocionantes acontecimentos em 827 da Era Galática, foi um ano marcante em que houve esperança de uma nova vida para os terráqueos, o resto da galáxia nem imaginava que a Terra era o berço da humanidade. Aprendi sobre uma máquina incrível, o sinapseador, e o mais incrível, foi sua utilização em um humano do século XX lançado desavisadamente em 827 E.G. devido a um acidente num laboratório de uma universidade. Definitivamente este foi (será?) um ano importante para a humanidade.

Disse para Asimov que minha curiosidade era infinita, e eu queria saber como a humanidade chegou ao ponto de esquecer sua origem terrestre, nunca vou esquecer suas palavras: “ Olavo, conheço muito bem tua curiosidade e sei exatamente onde e quando te levar.” Naquele dia fiquei um pouco intrigado, mas estava tão entusiasmado que logo esqueci, nem imaginava o que ainda me esperava.

Mais um pulo no tempo, chegamos na Terra, mas eu só via enormes campos e robôs trabalhando.

-Asimov, o que está acontecendo?

-Olavo, nós estamos numa época em que os terrestres vivem no subterrâneo em “Cavernas de Aço” e existe lá embaixo uma Verdadeira “Caça aos Robôs”, nós vamos acompanhar de perto uma investigação do assassinato de um Espacial, que está sendo conduzida pelo policial Elijah Baley e seu colega Daneel.

Elijah Baley e Dannel, aqueles nomes me pareceram familiares, mas não sabia como, e ainda tinha os tais Espaciais, eu já tinha ouvido isso, e estranhamente a palavra Solária aparecia na minha mente. Pareciam memórias voltando. Entramos nas cidades subterrâneas, meu conceito de cidade grande foi radicalmente alterado, as pessoas se amontoavam em cidades enormes, a população da Terra estava em 8 bilhões e ninguém podia sequer imaginar em sair do subterrâneo. Os terrestres sofriam de agorafobia, além de não gostarem dos robôs, que cada vez mais entravam no mercado de trabalho humano.

Elijah e R. Daneel Olivaw são pessoas extraordinárias, na verdade Daneel não é uma pessoa, e sim um robô, mas não qualquer robô, ele é um robô humaniforme, eu não via nada em Daneel que desse uma pista de que ele não era humano.

Depois que os dois desvendaram o assassinato, pedi para acompanhar outras investigações do policial Baley, mas Asimov me convenceu a pularmos 200 anos após a morte de Elijah para eu entender como iniciam os acontecimentos que levam a humanidade a esquecer suas origens terrestres, disse-me que essa seria a aventura que podia se resumir como “Os Robôs e o Império”.

Foi então que conheci outro robô fantástico, Giskard, que junto de Daneel exerce influências sutis sobre os humanos, entre eles um colonizador, descendente de Elijah Baley e em Gladia Solaria. Nesta viagem andei por vários planetas, dois dos Espaciais, Aurora e Solária, e um dos colonizadores terrestres, Baleyworld. Eu já conseguia lembrar muitas coisas e entender porque a Terra tinha zonas radioativas em 827 E.G.. Além disso, lembrei finalmente que eu já tinha usado esta minha máquina do tempo portátil e visitado, com Asimov, o planeta Solaria e uma outra investigação com Elijah Bayle, mas não sei porque tinha esquecido disso.

Asimov achou melhor voltarmos no tempo e acompanhar mais uma vez a investigação de Solaria, para relembrar a origem de Gladia e observar como o era este peculiar planeta dos Espaciais. Foram momentos emocionantes e me pareceu ter vivido isto pela primeira vez. Em Solaria aprendi como uma civilização, em que os seres humanos isolam-se um dos outros, pode se tornar doente ao ponto de não existir mais o amor.

Pulamos para um futuro próximo de Elijah, para conhecer Aurora, o primeiro planeta colonizado, o primeiro entre os 50 planetas dos Espaciais. Em Aurora conheci Fastolfe, o criador de Daneel, Giskard e também Jander, praticamente um gêmeo de Daneel, posto fora de funcionamento pelo congelamento de seu cérebro positrônico, um “roboticídio” como definiu e investigou Elijah Baley, com a ajuda de Daneel e Giskard. Pudemos rever Gladia e testemunhar as origens da psico-história.

Em aurora Elijah conquista para a Terra a ajuda necessária ao início da nova onda de colonização pelos terrestres. O mais interessante é observar que a diferença entre terrestres e os espaciais (que são descendentes dos primeiros terrestres que partiram há muito tempo para o espaço) são basicamente duas: os espaciais podem viver até 400 anos, os terrestres um pouco mais que 100 anos, e os espaciais vivem cercados por robôs para todo o tipo de trabalho, enquanto os terrestres odeiam robôs. Por incrível que pareça, a chance de sobrevivência e expansão da humanidade reside exatamente nos terrestres devido a essas diferenças.

Mais uma vez, no controle de nossa máquina do tempo, deslizamos para um futuro milhares de anos depois da aventura em Aurora. A humanidade já se espalhou por um milhão de planetas, poucos sabem da existência da Terra, e ela como origem da humanidade é um mito. Nessa viagem conheci o planeta Florina, o planeta onde surgiu o kyrt, um tecido com propriedades fantásticas, o que infelizmente leva a população nativa do planeta ser mantida escrava pelos Nobres do planeta Sark. Conheci um analista espacial terrestre, o qual foi psico-sondado, por um dispositivo que altera o cérebro humano de diversas maneiras, das mais leves até as mais severas. O analista foi reduzido a um debil mental, mas conseguiu lembrar quem era e teve a possibilidade de através das “Correntes do Espaço” mostrar as bases para a comprovação da teoria sobre a estabilidade estelar, mudando radicalmente a vida dos nativos e o conhecimento da galáxia.

Pude entender como minhas memórias foram alteradas, e soube porque Asimov se ofereceu para ser meu guia, eu já havia viajado com ele no meu passado, pouca coisa tinha restado em minhas memórias, agora totalmente recuperadas. Conheci também o planeta Trantor e pude ver o império galáctico em seu início.

Obrigado Isaac Asimov por tudo que fizeste por mim, e por te manteres ao alcance de quem consegue se libertar por alguns momentos do presente, das eternas “psico-sondagens” das TVs dos séculos XX e XXI e da nova escravidão pelo trabalho, numa sociedade controlada pelo mercado de bens de consumo, em que o lucro está acima da vida.


Nessas viagens de férias viajei muito, andei em casas aéreas equipadas com anti-gravidade, em diferentes naves espaciais, conheci diferentes raças, inteligências artificias que evoluíram, viajei ao centro e aos bordos da galáxia, andei pelo hiperespaço, morei um tempo em cidade espacial móvel no formato de anel, deslizei entre universos paralelos, vi o futuro e o passado, fiquei deslumbrado com os diferentes costumes humanos em diferentes épocas e planetas. Vislumbrei possibilidades inimagináveis.

Ainda tive um bom tempo para passar junto da minha família, andar bastante de bicicleta, ir à praia, assistir alguns filmes e seriados muito bons e outros nem tanto, brincar bastante com meu filho, passar ótimos momento com minha esposa, e quase não andar de carro. Resumindo foram férias maravilhosas e espero ter aprendido a fórmula, farei o possível para não esquecer minha máquina do tempo portátil, os livros.


Abaixo segue uma lista dos livros lidos nessas férias:

Padrões de Contato (Trilogia) – Jorge Luiz Calife

Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica – Fronteiras – Editado por Roberto de Souza Causo

O Fim da Infância – Arthur C. Clarke

Mãe Terra – Conto de Isaac Asimov

Caça aos Robôs – Isaac Asimov

Robôs – Isaac Asimov

Os Robôs do Amanhecer – Isaac Asimov

Os Robôs e o Império – Isaac Asimov

As Correntes do espaço – Isaac Asimov

Poeira de Estrelas – Isaac Asimov

827 da Era Galáctica – Isaac Asimov


Para quem tem interesse em começar a Leitura dos livros do Isaac Asimov, seria interessante usar este Guia




Churrasco de Beringela

Viver sem carne no prato não precisa afastar os gaúchos da churrasqueira. O caderno Vida de Zero Hora deste sábado vai mostrar que, se criteriosa, a alimentação vegetariana ganha aval de especialistas e criatividade, como o churrasco vegetariano, feito pelo casal João Carneiro e Maria de Nazareth. Os estudos mostram que a dieta sem produtos de origem animal não oferece danos se houver reposição de nutrientes.

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/editor/?topo=13,1,1,,,13

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