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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Reflexão Sobre o Dia Mundial Sem Carro

Segue abaixo uma mensagem enviada aos grupos Poabikers e Bike-RS pelo Felipe André Aço.

"Amigos(as),

Segue uma pequena reflexão sobre o dia de hoje.
Abraços,

22 de Setembro: Dia Mundial Sem Carro

Iniciado na França ainda na década de 90, o dia Mundial Sem Carro visa conscientizar as pessoas sobre a emissão de gás carbônico e o modelo de desenvolvimento baseado no automóvel. Hoje o Brasil tem algo próximo a 50 milhões de veículos; em alguns locais como a cidade de Caxias do Sul na serra Gaúcha existe um automóvel para cada duas pessoas o que, isentando-se as crianças e adolescentes que acredita-se não tenham carro, significa dizer que muitos tem mais de um automóvel, o que é de uma ilogicidade tremenda.
Em uma época em que se fala em sustentabilidade, o automóvel é, e sempre foi, o exemplo maior de desperdício energético. Uma pessoa como eu que tem por volta de 65 kg utiliza cerca de 1% da energia do automóvel para se locomover; os outros 99% é utilizado para mover o próprio automóvel. Se o Brasil como um todo tivesse um automóvel para cada duas pessoas estaríamos em colapso a muito tempo. Os Estados Unidos detém a maior frota de veículos do mundo, só não entrou em colapso ainda porque a matéria prima vem de países periféricos, não do seu próprio território.
A impressão que temos é que também estamos em colapso e estamos, principalmente em termos sociais. A frota de automóveis movidos a álcool e gasolina do país gasta 2,5 vezes a mais do que o transporte à diesel e transporta 12% da população. Isto é, 88% da população utiliza menos da metade da energia consumida por um pouco mais de 10% da população. Não sou um ativista lutando contra o automóvel inconsequentemente, até porque sei dos avanços e dos benefícios que o mesmo trouxe à civilização, mas tenho que me basear nos fatos e refletir sobre os mesmos. O automóvel é um câncer maligno que à título de regeneração está destruindo todas as outras células do nosso corpo terra.
Certa vez um cientista, falando a uma plateia de ávidos alunos propõe a seguinte questão: imaginem a criação de uma nova invenção que aumentará a eficiência e a mobilidade de todos tornando a vida mais fácil. O único lado negativo, alerta o cientista, é que para esta invenção funcionar, 50 mil pessoas inocentes terão que morrer a cada ano. O que fariam os políticos? Adotariam tal invenção?
Os alunos estavam prestes a dizer que tal proposição seria completamente rejeitada quando o professor argumentou: -"Esta invenção já existe e se chama automóvel!".
Pois é, o fato é que além dos prejuízos econômicos, sociais, psicológicos e ambientais o automóvel se converteu em uma das piores armas já inventadas. É uma guerra do Vietnã a cada ano. Desafio alguém dizer que não conhece ou não conheceu alguém que foi vítima do trânsito.
Vivemos em uma sociedade onde se mitificou e sacralizou o automóvel. Ele representa muito mais do que um simples e singelo instrumento de locomoção. É o status para o jovem, a vitrine para o profissional liberal o hobby para o executivo, vedete para madame, etc. Todos estes adjetivos são intercambiáveis. Não é de espantar, portanto, que boa parte da classe média brasileira invista mais em seu automóvel do que investe em sua casa ou mesmo na educação de seus filhos. O carro vale muito mais do que sua representação venal. Ele é um símbolo de status, poder, virilidade, maturidade e realização. Não é por acaso que as SUV's são recordistas em vendas (muito embora também o sejam em acidentes), pois tem uma significação de superioridade, autoridade e poder que vai além dos outros automóveis.
As pessoas não compram mais um automóvel, elas satisfazem um desejo. Desejo esse que não é autentico, mas é a representação de um ideal social: "Serei feliz se tiver este objeto!". É impressionante como a geração do consumo, que tem pouco mais de 50 anos, é refém da publicidade. Somos condicionados a amar determinado carro, pois este está associado com determinada beldade. Ou a comprar determinada cerveja, pois esta representa o brilho e a festa que eu mais desejo ou, por outra, apreciar determinado refrigerante, pois este apóia a minha liberdade e fantasia. Aliás, liberdade é o marketing principal para a utilização do automóvel: ter autonomia, poder ir e vir. Certamente os marketeiros não falam sobre a possibilidade de ir e vir em uma metrópole como São Paulo por exemplo.
As pessoas precisariam aprender que a felicidade não se acha nas coisas, mas talvez estejamos por demais imbricados no meio social para conseguirmos perceber isso. Passamos 2/3 de nossa vida lutando para adquirir coisas e outro terço tentando se curar da ganância e das conseqüentes doenças do stress adquiridas neste tempo de conquista. Entre a conquista e as doenças talvez consigamos sobreviver, mas jamais viver.
O Chefe Seattle em 1854 já anunciava que "todas as coisas estão ligadas" . Se hoje podemos caminhar na terra deve-se a uma complexa conjunção de fatores bioquímicos que possibilitaram que este planeta não fosse uma imensa bola de fogo. Da mesma forma, se hoje temos condições de se alimentar é porque existe um ser capaz de armazenar energia do sol. Reverenciem as abelhas, pois se não fossem elas, muito pouca diversidade de plantas teríamos na terra. Aplaudam os fitoplânctons, pois eles possibilitam a existência de oxigênio na atmosfera. O Chefe Seattle que talvez tenha sido o primeiro ecologista de fato, já anunciava no século XIX que "o que acontecer a terra, acontecerá aos filhos da terra!". O fato é que nós, seres racionais e humanos, continuamos a acreditar que somos o centro do universo e que, portanto, este deve nos servir.
É importante falarmos de energias renováveis, mas antes deveríamos falar em vidas renovadas. O problema da energia não é o da fonte, mas dos detritos. Enquanto acreditarmos que não temos nada a ver com os dejetos que nós mesmos produzimos, que não somos responsáveis por aquilo que descartamos, continuaremos utilizando o automóvel indiscriminadamente. A lógica ingênua de nossa civilização é a de acreditar que basta ter o meu quintal arrumado que tudo está bem. Se existe um ninho de ratazanas se desenvolvendo no quintal do vizinho isso não é da minha conta. Somos responsáveis não só por nossa própria vida, mas pela de nosso planeta.
Quanto vemos os ideólogos e políticos contemporâneos falarem sobre sustentabilidade e modo de vida, vemos grande pregações sobre novas vias rodoviárias, necessários estacionamentos verticais, novos túneis, etc. As autoridades referendam a premissa traiçoeira do desenvolvimento econômico a qualquer preço. Precisamos de desenvolvimento humano, mas nunca a qualquer preço: cidades mais HUMANAS em que as pessoas estejam em contato com a natureza e que as vias sejam espaços de prioridade para a vida, não para os carros. Já repararam como é tratado o pedestre e o ciclista nas ruas? Não! Definitivamente as estradas não são para as pessoas. Certamente alguns poucos audazes e corajosos arriscam-se pedalando pelas cidades, não são muitos, mas certamente não estão sós.
Refletir sobre uma sociedade sem carro possibilita pensar em uma vida em harmonia com o universo. Somos parte e ao mesmo tempo o todo do nosso planeta. Talvez, por isso, devêssemos pensar qual a nossa responsabilidade. Será através do gesto, da mudança de hábito, da divulgação de um estilo de vida mais saudável? Bom, de qualquer forma vou tirar a minha bicicleta da garagem.

Felipe André Aço"

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Site TSE para pesquisar candidatos - eleições 2010

Achei muito interessante, é possível ver a declaração de bens dos candidatos. Fiquei surpreso com o Vice da Marina que tem mais de 1 Bilhão, e também com vários candidatos de partidos socialistas e comunistas com bastante dinheiro.
Bem, ter bastante dinheiro não é crime, a pessoa não é o que possui, mas com esta declaração de bens dá para se ter uma ideia um pouco melhor de quem é o candidato.

Para acessar entre no link:

http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/jsp/index.jsp

domingo, 19 de setembro de 2010

Aquecimento global só será revertido com novas tecnologias, dizem cientistas

Redução do aquecimento global

As tecnologias atuais de geração de energia não são suficientes para reduzir as emissões de carbono aos níveis considerados necessários para evitar os riscos ao planeta promovidos pelo aquecimento global.

A afirmação é de um artigo publicado por cientistas dos Estados Unidos e do Canadá na edição desta sexta-feira da revista Science.

Estima-se que, para evitar os riscos das mudanças climáticas globais, seria preciso evitar que a temperatura média do mundo chegasse a 2º C acima dos níveis anteriores à Revolução Industrial.

Modelos climáticos atuais indicam que, para atingir esse objetivo, será preciso limitar as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera em menos de 450 partes por milhão (ppm).

O problema é que permanecer abaixo desse nível implica diminuir substancialmente as emissões de combustíveis fósseis, algo que os países industrializados não estão conseguindo fazer. O nível atual é de aproximadamente 385 pp. Antes da Revolução Industrial, estava abaixo de 280 ppm.

Paralisação do crescimento

Steven Davis e seus colegas da Instituição Carnegie, nos Estados Unidos, avaliaram o que ocorreria com o planeta se nenhum outro dispositivo emissor de CO2 fosse fabricado.

Nessa situação hipotética, sem uma única fábrica ou automóvel novo, a infraestrutura energética atual do mundo emitiria cerca de 496 bilhões de toneladas de CO2 nos próximos 50 anos.

Isso seria suficiente para estabilizar os níveis do gás na atmosfera em 430 ppm e deixaria a temperatura média em 1,3º C acima dos níveis pré-industriais.

Os riscos do aquecimento global teriam sido vencidos, mas, segundo os cientistas, o cenário hipotético ilustra bem a situação atual vivida pelo planeta. Somente de veículos automotivos, o mundo ganha a cada dia não um, mas cerca de 170 mil novos - isso segundo dados da International Organization of Motor Vehicle Manufacturers de 2009, que representaram, em meio à crise econômica mundial, queda de 13,5% em relação à produção do ano anterior.

"Até agora, os esforços feitos para diminuir as emissões por meio de regulações e de acordos internacionais não funcionaram. As emissões estão aumentando mais do que nunca e os programas para desenvolver fontes de energia 'neutras em carbono' estão, nos melhores casos, ainda muito incipientes", disse Martin Hoffert, professor emérito do Departamento de Física da Universidade de Nova York, em artigo comentando o estudo de Davis e colegas na mesma edição da Science.

O problema do carvão

Mas a pior notícia é que a situação tende a se agravar ainda mais. Segundo os pesquisadores, as fontes das emissões mais ameaçadoras ao planeta ainda não foram construídas. Isso porque o mundo e suas economias simplesmente continuarão a crescer. Um exemplo é o carvão.

"À medida que o pico na produção de petróleo e de gás natural se aproxima, a produção de carvão aumenta, com novas usinas movidas a carvão sendo construídas na China, Índia e nos Estados Unidos", disse Hoffert.

"Investimentos maciços serão cruciais para permitir que a pesquisa básica encontre e desenvolva tecnologias possíveis de serem aplicadas comercialmente e em massa. Mas a introdução de tecnologias neutras em carbono também exige, no mínimo, que sejam revertidos incentivos perversos, como os atualmente existentes para subsidiar a produção de combustíveis fósseis e que se estima serem 12 vezes maiores do que os aplicados para a energia renovável", afirmou.

Ctrl+C, Ctrl+V: InovaçãoTecnológica

Comercial De Jornada nas Estrelas na Alemanha

Cidades verticais, civilização rural?

Washington Novaes, O Estado de S.Paulo, 17 de setembro de 2010

Na época em que morou no Rio de Janeiro, de meados da década de 1960 ao início da de 1980, o autor destas linhas se assustava com a rapidíssima verticalização da até ali amena “Cidade Maravilhosa”, a partir da derrubada do gabarito de quatro pavimentos nas praias de Ipanema e do Leblon, seguida pelo início da ocupação intensa de São Conrado e da Barra da Tijuca, até então lugares quase só de piqueniques e praias prolongadas dos poucos donos de automóveis. Dizia, por isso, em tom de blague, que chegaria o dia em que derrubariam o Pão de Açúcar para, com o material de demolição, aterrar a Lagoa Rodrigo de Freitas e, nela e nos vizinhos Jockey Club e Jardim Botânico, erguer imensos edifícios. Passados 30 anos, a lagoa não foi aterrada, mas, assoreada por esgotos e outros materiais, já provoca enchentes nas chuvas mais fortes; discute-se se uma parte do Jardim Botânico deve ou não ser atribuída a moradores; e, agora (Estado, 10/9), informa-se que o Jockey Club do Rio já negocia 20% de sua área para construção de edifícios de escritórios, um centro comercial e um centro médico.

Será esse um destino inescapável das cidades brasileiras? Há uns dois meses (Estado, 17/6), o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo (Condephaat) decidiu tombar a área ocupada pelo Jockey Club de São Paulo, que também pretendia ceder cerca de 100 mil metros quadrados para a construção de torres comerciais e um shopping center – seguindo uma tendência de verticalização ainda mais forte que a do Rio. Um mapa da verticalização de São Paulo (Cia. de Imprensa, 25/8) mostra que entre 1990 e 2000, segundo dados do IBGE, os bairros do Jabaquara, Moema, Pinheiros e Ibirapuera registraram mais de oito domicílios novos por metro quadrado de solo.

Há outros bairros com tendência semelhante, ainda mais lembrando que o mesmo IBGE prevê que São Paulo terá mais 600 mil habitantes em dez anos. No Rio, o Tribunal de Contas do Município mostra (O Globo, 27/6), preocupado, que a expansão urbana levou à ocupação de áreas de preservação ambiental por 65 favelas (eram 17 em 2003).

Qual será o caminho adequado? O adensamento de áreas já edificadas, para impedir que novas ocupações nas periferias exijam do poder público altos investimentos (sem recursos disponíveis) na instalação de todas as infraestruturas urbanas (viária, de energia, saneamento, educação, saúde, segurança, transporte, lazer, etc.)? Mas esses adensamentos também não geram problemas indesejáveis (congestionamentos, poluição, insegurança, etc.)? Será o IPTU progressivo para áreas não edificadas e imóveis ociosos (420 mil na capital) uma solução? Não vamos chegando a um tempo em que até a ocupação de áreas por cemitérios se torna problemática, como em São Paulo, com geração de necrochorume e contaminação do solo e da água em 40 deles (Estado, 24/5)? Problemas como os de São Paulo não se repetem da mesma forma em toda uma rota de cidades “médias” que chegam ao Triângulo Mineiro?

Ao que parece, chega-se a um momento em que a questão terá de ser repensada de forma muito ampla. Vários estudos nos últimos anos têm mostrado o agravamento do problema na mesma proporção em que se acentua a urbanização no mundo. Já chegamos a mais de 50% da população global vivendo em áreas urbanas – o que amplia muito certas necessidades, como as de transporte, energia, habitação, alimentação industrializada, etc. A China, em poucas décadas, urbanizou mais de 300 milhões de pessoas e multiplicou suas necessidades de energia (e as emissões poluentes, pelo uso intensivo do carvão). Ainda vai urbanizar mais 100 milhões. A Índia, quando se discutem mudanças climáticas, tenta demonstrar sua impossibilidade de renunciar ao carvão mineral como fonte energética, já que 400 milhões de indianos ainda não dispõem de energia elétrica.

Só que o caminho da urbanização progressiva, que é parte do modelo industrial/civilizacional que vivemos, já se mostra inviável. Estudo recente publicado na revista Science por Steven Davis e vários outros cientistas dos EUA e do Canadá (Agência Fapesp, 10/9) mostra que as atuais tecnologias disponíveis são insuficientes para manter a concentração de dióxido de carbono na atmosfera em nível (até 450 partes por milhão) que não permita a temperatura do planeta subir mais que dois graus Celsius. Só com as estruturas atuais, sem um só automóvel novo ou novas fábricas, a emissão de dióxido de carbono adicionará em 50 anos mais 496 bilhões de toneladas à atmosfera. E com isso a temperatura se elevará em mais 1,3 grau (já subiu 0,6). Se a concentração de poluentes na atmosfera, hoje em 385 partes por milhão, continuar subindo e ultrapassar 450 partes por milhão, a temperatura poderá subir além de 2 graus, com consequências gravíssimas.

Mas continuamos a urbanizar. A colocar no mundo 170 mil automóveis novos por dia. E essa e outras fontes poluidoras, principalmente combustíveis fósseis, seguem, segundo a Agência Internacional de Energia, recebendo US$ 557 bilhões anuais em subsídios de governos, enquanto as energias “limpas” e renováveis recebem US$ 46 bilhões. Para onde irá o chamado padrão civilizatório?

O professor Ignacy Sachs, mestre de Altos Estudos em Ciências Sociais em Paris, defende, na revista Estudos Avançados, da USP, um modelo que se assente no tripé biodiversidade-biomassas-biotecnologias, que permita a países tropicais como o Brasil “um novo ciclo de desenvolvimento rural”, que configure “civilizações modernas do vegetal, movidas a energia solar captada pela fotossíntese”. Seria um modelo capaz de manter populações na zona rural, com renda e dignidade; produzir bioenergias, adubos verdes, materiais de construção, matérias-primas industriais, insumos para química verde, farmacopeia e cosméticos. É um tema que precisa ir com urgência para nossa pauta política.

JORNALISTA E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR

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Filtro verde para a poluição

Uma floresta numa grande cidade como São Paulo pode ser muito mais que uma boa opção lazer. Estudo no Parque do Ibirapuera mostra que a vegetação é capaz de reter poluentes do ar e servir como ‘biomonitor’ de baixo custo.

Debora Antunes, Ciencia Hoje On-line, 24 de agosto de 2010

Se tem sido difícil respirar ar puro em São Paulo, é possível que essa dificuldade fosse ainda maior se não houvesse o Parque do Ibirapuera, uma área verde de 157 mil metros quadrados na região central da cidade. Um estudo mostra que a capacidade da vegetação de absorver e reter poluentes do ar atmosférico faz do local um grande aliado dos paulistanos.

Para comprovar a contribuição positiva da natureza para São Paulo e mostrar que florestas urbanas podem ser usadas para descontaminação atmosférica, a engenheira agrônoma Tiana Carla Lopes Moreira foi a campo pesquisar o assunto, que virou tema de sua dissertação de mestrado.

“A compreensão de como a floresta urbana interage com a poluição atmosférica é importante não apenas para o planejamento urbano, mas para a saúde pública”, explica a pesquisadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.

Entre fevereiro e março de 2009, ela coletou amostras de folhas de vários tipos de árvores do parque – como paineiras, jacarandá mimoso e ipê roxo.

A partir da análise do material, ela constatou a concentração de elementos associados à poluição, que teriam sido absorvidos pela vegetação. As folhas coletadas tinham o mesmo tempo de exposição aos poluentes.

Com ajuda de um equipamento que quantifica os elementos químicos presentes em uma amostra, foi observada uma grande quantidade de substâncias associadas à poluição, como chumbo, zinco, cádmio e cobre. “O zinco, por exemplo, é um micronutriente das plantas, mas em quantidade excessiva pode indicar sinais de poluição no ar”, explica Moreira.

Sem surpresas
Os maiores responsáveis pela poluição na cidade não surpreendem: os veículos. Com uma frota de quase sete milhões de carros, motocicletas e caminhões (segundo dados de julho de 2010 do Detran-SP), a cidade vê não só o trânsito piorar, como também a saúde dos que a habitam.

A análise indicou alta concentração dos elementos associados à poluição em áreas próximas às lombadas eletrônica – o parque também permite acesso de veículos. Esse seria um sinal de que o desgaste de peças do sistema de frenagem contribuiria para a contaminação do ar. As velas de ignição e o desgaste dos pneus também teriam sua parcela de culpa, causando a liberação de bário e cádmio, respectivamente, no ambiente.

A conclusão do estudo é que florestas como a do Ibirapuera poderiam melhorar a qualidade do ar, além de reduzir a temperatura do ambiente e aumentar a umidade. “A vegetação funciona como um filtro, que ajuda a reduzir a poluição. A pouca densidade dessa vegetação não soluciona o problema, mas pode amenizá-lo”, explica.

Investir em áreas verdes poderia ser uma medida eficaz não só para São Paulo, mas também para outras cidades que sofrem com a poluição, aponta Moreira – ressaltando ainda o baixo custo da proposta.

Para os que criticam a ideia com o argumento de que há pouco espaço físico na cidade para árvores, a engenheira tem uma resposta. “Se as calçadas são estreitas e não comportam árvores de grande porte, uma vegetação rasteira pode ajudar na absorção de poluentes.”
De modo geral, as espécies analisadas não apresentaram sinais de doenças por causa dessa absorção. Uma hipótese é que as plantas tenham adquirido resistência a esses elementos, que, em pequenas quantidades, funcionariam como micronutrientes.

Mas a pesquisadora conta que existem estudos em lugares como Cubatão que mostram o declínio de florestas devido à poluição. “Uma pesquisa mais longa no Ibirapuera poderia identificar, por exemplo, se as árvores crescem menos, possuem menos folhas ou sofrem mudanças em sua fisiologia”, diz a pesquisadora.

Moreira espera que os resultados da pesquisa despertem a atenção não só de autoridades para a poluição, mas também dos próprios moradores da cidade. “Não basta investir em mais áreas verdes. É preciso ter consciência de que também somos responsáveis por essa poluição”, conclui.

Debora Antunes, Ciência Hoje On-line

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Bicicletas de Carga

Muito legal este vídeo que meu amigo Helton encontrou na internet e me passou para eu espalhar!!! Valeu Helton

Ah...pela primeira vez em um vídeo que fala sobre bicicletas na Europa, eu vi uma reclinada, acho que é uma m5 igual a do Artur.

Link com ovídeo em melhor qualidade no Vimeo

ou veja aqui mesmo:


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Fechando saquinhos com tampa de PET

Recebi por e-mail, da querida amiga Leila Gonçalves, uma dica de como utilizar tampas de garrafa PET para fechar saquinhos, podendo se substituir o prendedor.

É só cortar logo abaixo do gargalo.

Passar o saco por dentro do gargalo, dobrar uma parte por fora, e fechar a tampa.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dia Mundial Sem Carro

Gostei muito deste texto que li no site BioCicleta, e resolvi publicá-lo aqui também para divulgar ainda mais a ideia.

Dia sem carro?
Por Isah Andreoni

Dia sem carro?

No dia 22 de setembro celebra-se o “Dia mundial sem carro.” Ciclistas, pedestres, patinadores, skatistas, e toda uma legião de homens e mulheres, garotos e garotas, são esperados para a ocupação de ruas que, por direito, deveriam ser suas permanentemente, mas que lhes são concedidas, e de uma forma muito precária, apenas durante umas poucas horas desse único dia, marcado no calendário dos espíritos livres.

E não é pouco o que esse dia representa, quanto à reivindicação de uma outra ocupação do espaço urbano, uma outra forma de relação do homem com o ambiente, e consigo, menos predatória e mais prazerosa.

Entretanto, o que, nós que pedalamos – com maior ou menor frequência, não importa - devemos nos perguntar é até que ponto sairmos pras ruas uma vez ao ano, com o propósito explícito de nos fazermos presentes, de deixarmos nossa mensagem, e darmos nosso recado, nos aproxima da realização mínima daquilo que deveríamos reivindicar?

Mostrar que, sim, existimos, em meio à monstruosidade de caminhões, ônibus, automóveis, dentro e por trás de uma espessa cortina de fumaça, é algo importante; mas a pergunta que sempre me faço, cada vez que o final de setembro se aproxima é: até quando? Até quando vamos concordar com uma forma de trânsito, e de ocupação do espaço, que converteu nossas ruas em verdadeiros ringues, para uma modalidade de luta em que, apesar das regras, vale tudo?

Não tem jeito, queiramos ou não, estamos de acordo com a cidade que está aí, o trânsito que está aí, o consumo... pois seja em nossas bikes, ou – o que é pior – dirigindo nossas bolhas de lata, essas naves canibais, somos parte de uma só e mesma cidade, de um só trânsito, de uma mesma lógica de ocupação do espaço e de relação com o tempo, com os outros humanos e seres vivos, conosco, com o ambiente, enfim, com tudo.

Se o discurso já virou ladainha; se já não aguentamos mais ligar a T.V. e, lá vem mais uma reportagem sobre crise ambiental, aquecimento global, efeito estufa, fontes alternativas de energia, e por aí afora; se todos esses termos, e outros como nova consciência, sustentabilidade, ecologia e ambientalismo tornaram-se parte de nosso vocabulário cotidiano; por que não fazemos nada, além de, pela milésima vez, confirmar uma constatação? Já não temos mais desculpa, pois informação não nos falta.

Botar nossas bikes pra girar, sairmos pra rua é, sem dúvida, o primeiro passo, aliás, muito importante. Afinal, nossa memória anda esquecida, e é preciso lembrá-la de coisas que hoje soam impossíveis, mas que um dia foram, e serão, o mais natural.

As transformações que essa civilização – e a sociedade do automóvel – ocasionaram trouxeram, sim, muitos avanços; responderam a alguns de nossos desejos, criaram e alimentaram nossos sonhos; mas vivemos agora uma espécie de epílogo, e é preciso reconhecer, superar e deixar para trás tudo aquilo que essa mesma sociedade nos legou de engano, prejuízo, desequilíbrio, destruição.

Para isso, não bastam novas tecnologias; o discurso dos biocombustíveis também é muito pouco; novas frotas de ônibus para tornarem a já difícil batalha com os carros ainda mais acirrada, não sei; da constante reengenharia urbana, então, nem se fala: rodízios, planejamentos, pontes, viadutos, pistas e mais pistas, túneis... já tentamos de tudo. Agora é o momento de reconhecermos nossos limites dentro dessa lógica; reconhecermos e assumirmos os limites desse modelo de sociedade, com suas práticas diárias, com seu padrão de consumo e desperdício, com sua geração de lucros e resíduos, impossíveis de serem reintegrados minimamente nessa outra lógica da qual nos afastamos, bem mais equilibrada e ampla, e cíclica, que é a da natureza.

Gostaria muito que aqueles que forem sair para as ruas, não importa se deslizando em seus rollers ou sk8s, caminhando ou pedalando, em cadeiras de rodas, monociclos, pernas de pau, ou plantando bananeira; gostaria que toda essa legião de mulheres e homens, todos crianças e jovens, não importa a idade, sintonizados que estamos com esse futuro tão presente; gostaria que, ao sairmos, não só nesse dia sem carro, mas a todo momento, nessa luta diária, desleal, e mortífera, que travamos diariamente para ocupar um espaço que naturalmente, e legalmente, já é nosso; que trouxéssemos isso tudo em nossas mentes, em nossos corações, nos nossos corpos: o desejo vivo de uma transformação real; e não apenas medidas paliativas para estenderem, sabe-se lá por mais quanto tempo, a vida inútil de um modelo de sociedade, com seu culto ao automóvel, que tem se mostrado tão predatório e suicida.

Queremos celebrar, sim, o que já conquistamos, que é essa sintonia com o futuro presente; essa percepção do que queremos, e do que não queremos; essa leveza de corpo e de espírito de quem se desloca com sua própria vontade, e não deixa como lembrança uma nuvem de fumaça. É com alegria que vamos pras ruas, sem dúvida. Mas é também com a firmeza de quem está de saco cheio – com o perdão da palavra – de assistir a essa guerra sangrenta, a essa batalha psíquica, esse enfrentamento, todos os dias, ao vivo, no lugar onde vive, e de saber, pelas notícias que chegam, cada vez com maior velocidade, que a mesma guerra acontece em outras cidades.

Nosso trânsito diário converteu nossa vida urbana, o espaço público, numa guerra permanente. Será que algum dia o Dia mundial sem carro de fato assumirá o papel de simbolizar todo nosso descontentamento, indignação, desejo de mudança?

Não sei... Enquanto isso, cadê o menino que vinha sorrindo, em sua prancha mágica, flutuando no asfalto, e de repente adentrou esse túnel sem onda, nem poesia, pra nunca mais sair do outro lado?

Isah Andreoni

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Elétrons são flagrados com massa negativa

Físicos do Instituto Max Born, em Berlim, descobriram que elétrons no interior de cristais semicondutores têm uma massa inercial negativa quando são fortemente acelerados em um campo elétrico.

Força e aceleração

No século 17, Isaac Newton descobriu que uma força faz com que um corpo acelere. A massa inercial do corpo é determinada pela relação entre força e aceleração - assim, dada uma mesma força, um corpo mais leve é acelerado mais fortemente do que um corpo pesado.

Assim, partículas elementares, como os elétrons livres, que têm uma massa de apenas 10 elevado a -30 - ou 0, ... (29 zeros)... 1 kg - podem ser acelerados em campos elétricos a velocidades extremamente altas.

Se o campo elétrico for pequeno, o movimento dos elétrons no interior de cristais é regido pelas mesmas leis. Neste regime, a massa de um elétron no cristal é apenas uma pequena parte da massa de um elétron livre.

Elétron com massa negativa

O que pesquisadores agora demonstraram é que os elétrons nos cristais, quando submetidos a campos elétricos extremamente elevados, apresentam um comportamento completamente diferente.

Segundo os experimentos, a massa dos elétrons se torna até mesmo negativa!

Para obter esse resultado, eles aceleraram os elétrons até uma velocidade de 4 milhões de quilômetros por hora em um período e tempo extremamente curto de 100 femtossegundos = 0,000 000 000 000 1 segundo.

Como a massa de um corpo é positiva, a aceleração deve se dar sempre no mesmo sentido da força aplicada sobre ele.

Contudo, logo depois de ser acelerado, o elétron pára e então, inesperadamente, move-se para trás.

Isto significa que a aceleração está no sentido oposto à força, o que só pode ser explicado, segundo os físicos, por uma massa inercial negativa do elétron.

Clock de terahertz

Apesar de estranhos, os resultados estão de acordo com os cálculos feitos pelo Prêmio Nobel de Física Felix Bloch, mais de 80 anos atrás.

Segundo os físicos, a verificação experimental do fenômeno abre caminho para um novo regime de transporte de cargas elétricas, com grande impacto nos futuros dispositivos microeletrônicos.

As frequências observadas estão na faixa dos terahertz (1 THz = 1000 GHz = 10 elevado à potência 12 Hz), cerca de 1000 vezes superior à taxa de clock dos computadores mais modernos.

Fonte: Inovação Tecnológica


Isaac Asimov prevendo o impacto da Internet (português)

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