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sábado, 5 de junho de 2010

Padrões de Contato - A Ficção Científica Brasileira

Eu sou, entre muitas outras coisas, um admirador da Ficção Científica, adoro Isaac Asimov, Arthur Carke e Ray Bradbury, isso só para citar os autores universais de FC. Sou fã de Star Trek, Stargate, Galactica e mais alugmas séries de FC e também assisto muitos filmes, entre eles os meu preferidos são normalmente de Ficção Científica, como The Man From Earth, 2001, Contato e tantos outros.

Recebi por e-mail ontem um link para o Blog do Daniel Borba, Além das Estrelas - Ficção, Fantasia e Ciência.

Com a permissão dele, reproduzo abaixo uma resenha do livro "Padrões de Contato" do Escrito por Jorge Luiz Calife, isso mesmo, um escritor de FC brasileiro. Já li alguns contos dele nas coletâneas "Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica V1" e " V2"

Penso que quem gosta de ler FC tem o dever de apoiar todos os bons escritores brasileiros do ramo comprando seus livros. Leia aqui uma entrevista, em formato de conto, com o Calife e conheça um pouco melhor este excelente escritor que inclusive inspirou Arthur Clarke.


Reprodução da Resenha do Daniel Borba:

Padrões de Contato

Padrões de Contato é um clássico da FC brasileira. Escrito por Jorge Luiz Calife, é considerado por muitos como o grande romance de FC hard no Brasil. Faz tempo que eu queria escrever sobre esse livro. Eu me interessei por ele no ano passado, quando foi relançado pela Devir, mas só tive oportunidade de ler no começo desse ano.

Achei a trilogia muito boa, muito bem escrita e de ótimo nível. Devo confessar que isso foi meio surpreendente para mim. Nem é pelo autor (que eu não conhecia), nem pelo tema (que eu gosto), mas talvez pela “magnitude” da obra, ou pelo fato de ser FC hard nacional. Não sei. O fato é que eu gostei muito e acho que todo mundo que gosta de FC deveria ler esse livro.

O volume lançado pela Devir contém a trilogia completa: Padrões de Contato (1985), Horizonte de Eventos (1986) e Linha Terminal (1991). A idéia do autor foi realmente grandiosa: cobrir vários séculos da civilização humana, desde os seus primeiros contatos com extraterrestres até que a humanidade se tornasse parte de uma comunidade galáctica ocupando vários planetas e em contato com outras civilizações. A trilogia completa ocupa uns 600 anos da história futura da Terra, começando no ano 2426.

Os três livros tem um ponto de ligação: Angela Duncan, uma mulher que teve sua vida alterada após um encontro misterioso com uma entidade alienígena extremamente avançada. No começo, tem-se a impressão de que Angela é apenas uma personagem dispensável na trama, mas aos poucos acostuma-se com ela até que ela se torna importante e, mais ainda, uma personagem querida. Angela participa de todas as histórias de maneira ativa, viajando entre as estrelas como uma representante da humanidade. Com o desenrolar do livro, ela se torna uma heroína, conhecida por toda a Galáxia como uma escolhida.

No primeiro volume, Padrões de Contato, vemos os primeiros contatos com civilizações alienígenas inteligentes. Tomamos conhecimento da Tríade, uma civilização extremamente avançada que habita o centro da Galáxia e do Batedor, uma nave espacial que chega trazendo más notícias para a humanidade.

No segundo volume, Horizonte de Eventos, uma nave espacial controlada por militares se aproxima de um mundo pacífico que está prestes a enfrentar uma crise sem precedentes. A nave é chamada Brasil, e a história toda é uma grande crítica à ditadura militar que controlava o país até o meio dos anos 1980.

No terceiro volume, Linha Terminal, Angela acaba voltando no tempo para visitar a Terra do século XX em busca de uma raça que habita nossos oceanos e parece ser a última possibilidade de salvação para a Galáxia.

Mas nesse texto eu não quero me aprofundar mais no livro. Quero apenas fazer alguns comentários.

Bom, como eu disse lá em cima, gostei muito do livro como um todo. Posso dizer que a obra é audaciosa. A FC frequentemente trata do futuro. Até mesmo do futuro distante. Mas muitas vezes isso é bem localizado ou pontual, mostrando apenas uma ou duas linhas de ação e eventos isolados. Tratar do futuro da humanidade de forma tão abrangente e tentar prever de maneira verossímil o que temos pela frente é uma tarefa que poucos autores conseguem levar a efeito. Em Fundação, Asimov consegue levar a humanidade a um futuro tão distante do nosso que a Terra se torna uma lenda quase esquecida. A Cidade e as Estrelas de Clarke também nos passa essa impressão. Em Padrões de Contato, Calife consegue fazer isso muito bem, descrevendo uma evolução para a humanidade. Descrevendo até mesmo um futuro que é aceitável. Totalmente fantástico, como a FC quase sempre é. Mas também totalmente possível.

Durante todo o texto, o autor demonstra um bom conhecimento científico. Nada muito aprofundado a ponto de se tornar chato, mas o suficiente para fazer com que as coisas no livro façam sentido. O autor “convence” quando descreve as naves, os métodos de propulsão e os conceitos científicos envolvidos.

Eu resolvi escrever este post há algumas semanas, depois de ter lido uma entrevista do Calife para o escritor Tibor Moricz no De Bar em Bar, que pode ser lida aqui. Enquanto eu lia a entrevista, fiquei pensando em como eu tinha gostado do livro e em quanto lixo estrangeiro a gente lê por aí.

O fato é que na entrevista que eu li do Calife ele menciona alguns dos problemas para publicação e fala do pouco reconhecimento que teve. E eu fiquei pensando: “Pô, cadê todos os fãs de FC que temos por aí?” “Será que o pessoal não se interessa por livros bons como esse?” “Será preconceito como o que eu tinha?” “Será que realmente tão pouca gente comprou o livro?”. Às vezes eu acho que a gente se preocupa tanto em ampliar o conceito de literatura fantástica que acaba incluindo qualquer coisa nesse gênero e a verdadeira FC fica jogada em segundo plano.

Padrões de Contato é um livro que chega a ser épico, muito bem escrito. É um livro que merece ser comprado, lido e relido.

Por fim, novamente um apelo: Vamos valorizar a FC nacional. Vamos fazer com que as editoras resolvam investir nos autores nacionais!

3 comentários:

Marcus Rocha disse...

Muito boa dica!!! Fiquei curioso e vou procurar o livro. É revoltante o tratamento que os escritores nacionais recebem neste país. Muitas vezes uma ótima obra, e por vez um ótimo escritor, permanecem desconhecidos devido a pouca atenção que recebem. As editoras se preocupam em divulgar apenas os grandes autores, fazem pequenas tiragens e vendem seus livros a preço de ouro. Nos E.U.A você pode comprar uma edição pocket por menos que U$ 3,00. No Brasil qualquer livrinho não sai por menos que R$ 14,00. Ja anotei o título em minha lista e vou atrás.

Olavo Ludwig disse...

E isso ai Marcus, infelizmente no Brasil a situação é crítica,pois a maioria da população que ainda lê alguma coisa, ou é sobre religião ou sobre auto ajuda. Precisamos ajudar a mudar isso, nos reproduzindo :)

Anônimo disse...

Gostaria de comentar sobre um novo escrito nacional de ficção: Rob Stalisz, li recentemente seu lançamento: Cidadão Oito Ponto Cinco Um. Fiquei realmente bem impressionado... fica a dica.

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